quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Tô dodói...



A maldita virose que vem atacando os estômagos fortalezences me pegou. E pegou de jeito. Já há três dias dentro de casa, sentindo uma dor horrível, indo bater em hospital de madrugada, tirando o tão merecido sono do namorado e desmarcando compromissos. Estou agoniada, impaciente e com saudade dos dias em que minha barriguinha não doía. :(

A gente só lembra como é bom ter saúde quando ficamos doentes.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

2ª edição do Movimento Cultural do Surf no Shopping Benfica

Até o dia 30 de janeiro, o Shopping Benfica recebe a 2ª edição do Movimento Cultural do Surf. A programação é gratuita e inclui exposições fotográficas, mostra competitiva de filmes, exposição de pranchas de surf, desfile de moda, apresentação musical, palestras entre outros. Passeando por lá, conversei com Nil Farias, 39, surfista há 25 anos e realizador do evento.


Como está o surf no cenário brasileiro?

Pô, é uma honra estar falando aqui com você, muito obrigado pela oportunidade. O cenário hoje do surf no Brasil é bem amplo. O surf gerou uma grande indústria hoje no Brasil, emprega milhares de pessoas, com um volume comercial muito grande e esse volume gera benefícios para dentro do esporte, com grandes eventos, grandes campeonatos e grandes atletas. E a gente tem o privilégio de ter um litoral muito grande no Brasil, com boas ondas, boas praias em especial aqui no estado do Ceará, que tem água quente o tempo todo e isso facilita muito a prática do surf, você surfar numa água quente, não num mar gelado.

Mas isso tem a ver com o conforto do surfista ou com o tamanho das ondas?

Tem a ver com o conforto do surfista mesmo. Quando você vai surfar no sul do Brasil. no sudeste, muitas vezes é preciso usar uma roupa apropriada para agüentar o frio dentro d’água, roupa de borracha, entendeu? Mas o surf tem ido por um caminho muito bacana, a gente tem feito um trabalho de divulgar a cultura desse esporte, que é a cultura do surf, com o Movimento Cultural do Surf que tem o objetivo de fomentar a cultura e os artistas que tem como inspiração o surf.

Você me disse que não surfa profissionalmente, que é um free surf. Explica o que é isso.

Free surf é um surfista livre, entendeu? Surfa para curtir, para ter uma saúde bacana. O surf é muito saudável, é o que me faz acordar cedo, é o que me faz dormir cedo. Então, eu sou professor técnico formado, trabalho junto do esporte com a locução de grandes eventos, sou locutor oficial dos circuitos de surf aí... E pra mim surfar é sagrado, surfar dentro d’água, remando com meus amigos, com minhas amigas, e é muito bacana, né?

Já houve uma época em que o surf foi um esporte discriminado, e ainda tem um pouco disso. E aí você está me falando do surf como cultura, como esporte, saúde. Essa mudança, como você vê, como está essa questão do preconceito?

O surf tem essa vibe aí, esse estigma de ser um esporte de vagabundo, de maconheiro. Mas nunca em toda a história do surf eu ouvi falar de um surfista que tenha matado a mulher, que tenha esquartejado a mulher, entendeu? Então eu acho que o surf é o outro lado, da sabedoria, da qualidade de vida e é isso que se busca no esporte. Mas a gente não está livre porque em todos os ramos da sociedade, em todas as classes sociais tem problemas. Não só drogas, mas também criminalidade, e tal.
No Ceará, vira e mexe surge uma mulher se destacando. O que você acha das mulheres participando do surf?

Com certeza o Ceará é o berço de grandes surfistas. Aqui há muitos anos tem sido revelados grandes nomes do suf feminino. Vale chamar a atenção para a Joenedille do Vale, que foi uma cearense guerreira que desbravou, que quebrou bastante barreiras. Depois nós tivemos a Tita Tavares, que é a maior do surf brasileiro, tetra campeã brasileira, uma atleta que eu admiro muito. E agora nós temos aí no presente, mais do que presente, a Silvana Lima, que é uma atleta lá de Paracuru, uma das melhores surfistas do mundo.

A que vai ganhar a estátua, né?

Isso mesmo, inclusive a Federação Cearense vai homenageá-la com uma estátua lá em Paracuru.

Em Fortaleza, quais as melhores praias para surfar?

Temos uma região muito boa desde a Barra do Ceará até a Abreulândia. Temos a Leste Oeste, o Titanzinho, a Praia do Futuro, Beira Mar, Barra do Ceará. Com certeza temos um litoral bastante rico para praticar.

Deixe uma mensagem para a juventude que esteja pensando em começar, ou talvez esteja indo por um caminho não muito bom e poderia encontrar no surf uma saída melhor.

O primeiro passo é ter bastante fé em Deus, uma fé inabalável, isso é muito impo
rtante. O surf é um caminho saudável para a sua vida. Pratique surf, hoje temos várias escolinhas de surf, com professores treinados, existe uma didática para surfar. Não para ser um campeão, ganhar campeonato, essas coisas. Mas para você colocar o surf na sua qualidade de vida, ter uma vida melhor sem drogas, mais família, e tal.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sherviajando no Divas Skateras!

Minha matéria sobre as meninas que andam na Avenida Raul Barbosa saiu no Divas Skateras, que publica coisas sobre meninas sk8istas de todo o Brasil. Acesse: www.divaskateras.blogspot.com


Fiquei feliz que só!

Dois Tempos Skate Videos


O Dois Tempos Skate Videos saiu num artigo da revista Tribo Skate #183. Achei a história do blog interessante, e claro, adorei porque fala do nosso amado Nordeste também. Passeando por lá rapidamente vi que fala basicamente do cenário nordestino do skate. Tem notícias e vídeos, e pela navegada rápida que dei, é bem legal. Só não vi mulher andando, mas realmente passeei rapidinho por lá.

Mais um para a listinha! :)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

SkatistAs na Raul Barbosa

Subindo e descendo rampas, executando manobras e vencendo obstáculos. Se em algum momento o skate foi considerado um esporte exclusivamente masculino, esse padrão vem perdendo força. Na Internet é possível encontrar vários blogs que tratam exclusivamente de mulheres que arrasam em cima de seus carrinhos. Vários vídeos mostram manobras realizadas com perfeição, e a mulherada vem marcando presença em campeonatos e nos espaços construídos para praticar o esporte. Na pista localizada na Avenida Raul Barbosa, por exemplo, a quantidade de meninas só aumenta.

Uma delas é Daniele Tamires, que tem 15 anos e anda de skate há apenas seis meses. Pode parecer pouco tempo, mas já foi suficiente para a skatista conquistar o segundo lugar num campeonato realizado em 2010.

“Ah, pra mim ta bom! Quer dizer, eu ando só por diversão, porque gosto, não é para concorrer em campeonato. Fiquei feliz com a minha colocação.” Mesmo que a intenção não seja competir profissionalmente, Daniele se animou com o resultado de sua primeira competição e pretende correr em todos os campeonatos deste ano. “Agora minha mãe está me apoiando e eu vou poder viajar para participar.”

Para ela não há nada que impeça uma mulher de se desenvolver no skate, mas admite que já sofreu discriminação por praticar o esporte. “Até mesmo não só por ser mulher, mas por ser skatista. Mas também tem gente que vem dizer que menina não pode andar, até o pessoal da família. Mas pra mim isso é só mais um obstáculo a ser derrubado.”

Maria Clara é outra menina que enfrenta o preconceito. Ela tem apenas 9 anos e anda de skate há 7 meses, quando os pais a matricularam numa escolinha. Apesar de ter bastante apoio da família, ela afirma que alguns amigos da escola não acham normal que ela pratique o esporte. “Eles vieram dizer que menina não pode andar de skate porque isso é coisa de menino. Mas para mim isso não existe, esse negócio de que tem coisa que é só para menina e coisa que é só para menino. Skate é para qualquer pessoa que queira.”

Da mesma forma que Clara não baixa a cabeça para o preconceito, também não tem medo de vencer os desafios. Ela conta uma das dificuldades que encontrou logo que começou a praticar. “Quando eu fui descer aquela pista alta ali, tipo dupla. Eu sempre saia de cima antes, não conseguia ficar no skate. Agora desço em todas as rampas.

O pai da menina é o marceneiro Cristian Pereira. Ele acompanha a filha quando ela quer ir ao pólo e observa de longe enquanto Clara treina as manobras. “Agora eu estou acostumado, mas antes ficava com o coração apertadinho. Ela caía, se machucava, chorava, mas não queria ir embora. Queria insistir até conseguir.” Ele afirma que dá apoio para a filha, e que desde cedo ela mostrou vontade de praticar esportes.

“Com três anos de idade ela pediu um quimono para praticar judô, depois quis andar de patins. Quando pediu o skate não fiquei surpreso. Matriculamos ela na escolinha e sempre que posso a trago. Eu dou todo o apoio, deixo ela bem à vontade”, afirma Cristian. Para ele, o apoio da família é importante e as meninas não devem ser impedidas de praticar.

Para as meninas que estão a fim de praticar o esporte mas têm medo, Daniele deixa o recado: “Ah, vem andar de skate! Vai mudar sua vida, é tão bom! Conhecer pessoas novas, lugares novos, quedas novas e novas cicatrizes.rs Mas é bom. Skate é muito bom.” E Clara reforça: “Skate é para os dois sexos. Quem tiver a fim de aprender é só praticar.”

sábado, 15 de janeiro de 2011

Copa do Mundo de 2011: vamos torcer por ELAS!


Muito se fala na Copa do Mundo de 2014, e não apenas porque ela será disputada no Brasil. Após as vuvuzelas de 2010, e com a saída antecipada da equipe brasileira, alguns comerciantes que investiram em enfeites e bandeirinhas disseram em entrevistas que estavam desolados com o prejuízo. A idéia geral é que reunir família e amigos agora só em 2014.

O que muita gente não sabe é que o próximo campeonato mundial acontece já este ano. É a sexta edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino, que tem início em 26 de junho, na Alemanha. E o Brasil tem pelo menos um bom motivo para tirar as bandeirinhas do armário e renovar as esperanças : sua equipe tem a Marta, que foi eleita pela quinta vez a melhor jogadora do mundo.

Segundo o site da FIFA: “É fato que o entusiasmo pela versão feminina do esporte mais popular do mundo vem crescendo cada vez mais. Nos quatro cantos do mundo, está presente a euforia pela Copa do Mundo Feminina da FIFA 2011. Enquanto o futebol feminino não para de evoluir técnica e taticamente, a sua popularidade também vem crescendo de forma contínua. O número de pessoas que conhecem as estrelas das Américas, Europa, Ásia, África e Oceania vem aumentando sem interrupção.”

Quem estiver a fim de cultivar esse hábito por aqui, fique atento: o primeiro jogo do Brasil vai ser contra a Austrália, no dia 29 de junho. Em seguida, em 3 de julho, nossas meninas enfrentarão a Noruega.


Se liga na tabela dos grupos


Grupo A

Alemanha
Canadá
Nigéria
França

Grupo B

Japão
Nova Zelândia
México
Inglaterra

Grupo C

EUA
Coreia do Norte
Colômbia
Suécia


Grupo D

Brasil
Austrália
Noruega
Guiné Equatorial

sábado, 8 de janeiro de 2011

Crítica teatral - Engenharia Erótica: fábrica de travestis


Depois de muito tempo sem ir ao teatro, presenteei a primeira semana de 2011 assistindo a um espetáculo... Como encontrar uma palavra para definir? Glamouroso? Emocionante? Divertido? Brilhante? Que palavra poderia resumir todos esses adjetivos... Já sei: Babado! Isso mesmo, “Engenharia erótica: fábrica de travestis”, com direção de Silvero Pereira, é um espetáculo babado.

Seguindo a trilogia iniciada com os espetáculos “Uma flor de dama” e “Cabaré da dama”, a Engenharia mescla vários aspectos da vida das travestis. Desde as performances realizadas na noite, em que as artistas dublam com absoluta perfeição diversos gêneros musicais, com efeitos de luz, figurinos carregados de paetês e toda a sorte de artifícios no que se refere a cabelo e maquiagem, até os fantasmas que rondam a vida dessa população: os vícios, a prostituição, o risco de adquirir a AIDS ou ser vítima de violência. Parte dessa violência baseada apenas no preconceito, no ódio e na intolerância de uma sociedade que teima em negar a diversidade.

Já ao entrar no teatro do Centro Cultural Banco do Nordeste, à meia-luz elas circulam e sorriem maliciosas aos seus possíveis clientes. As roupas são curtas e os saltos altíssimos. Uma travesti vai até um canto e cheira uma fileira de pó no pulso.

Na entrada da sala reconheço Diego Salvador de outros espetáculos e de uma campanha realizada na Praça do Ferreira no último Dia Mundial de Luta contra a Aids. Ao cumprimentá-lo, ele me olha através dos cílios postiços e pergunta: quem é Diego? Bem, o erro foi meu: o espetáculo já começou e ali não há nenhum Diego, e sim Yasmin Shirran, uma travesti que saiu de casa ainda na adolescência e que só desceria do salto agulha para subir na ponta de uma sapatilha de balé.

E quando a viagem começa, é impossível não rir e se divertir. As conversas bem humoradas e as performances no palco ornadas de paetês fascinam a platéia. As expressões utilizadas, que são esclarecidas com a exibição do vídeo “Glossário – 2ª lição” (confira a parte 1), arrancam risos inclusive em momentos pesados de drama.

Enquanto alguns expectadores (inclusive eu) se constrangem, choram e calam diante da violência e dificuldade de vida que a peça retrata, para alguns parece faltar sensibilidade. Algumas risadas não cessam mesmo quando Gisele Almodóvar abre, apavorada, o próprio exame de HIV. Para alguns parece difícil perceber onde a piada termina, mostrando que um mundo tolerante é possível, mas ainda é difícil fazer as pessoas entenderem que travesti não é bagunça. E agora a minha crítica fica para uma parte da platéia de ontem: Tinha um povo muito pêssego!


O espetáculo terá sua última apresentação desta temporada hoje à noite, no Centro Cultural Banco do Nordeste, que fica na rua Floriano Peixoto, no Centro, aqui em Fortaleza. A apresentação é às 18h e os ingressos são distribuídos gratuitamente às 17h30min. Aconselho a chegar com pelo menos uma hora de antecedência para garantir o ingresso. A censura é de 18 anos.

Bom espetáculo!