quarta-feira, 30 de março de 2011

Bebês fofos e o rock

Quem disse que não dá para associar Rock and Roll com fofura?






Aí já trazem na veia! `:P

terça-feira, 29 de março de 2011

Tá dando uma coceirinha...

















pensa, pensa, pensa...




Será?


Crítica – Julie&Julia (parte 1)


Sou uma pessoa apegada. E isso vale para amigos (o que já me rendeu várias decepções), idéias e objetos. Também sou apegada a livros e filmes, e quando gosto de uma dessas obras me apego a ela de tal forma a ser capaz de reler ou rever muitas vezes. Pois percebi que das críticas que escrevi aqui no blog, pouquíssimas ou nenhuma são a respeito de filmes que adoro e já assisti dezenas de vezes, até porque os tenho em casa. Pois muito bem: vou pagar esta dívida para com o blog, seus milhões de leitores, os filmes que me conquistaram e claro, comigo mesma.


Hoje falarei de Julie e Julia. E francamente, não sei nem por onde começar. Há tanto a se falar de Julie e Julia! Primeiro que é um filme de muitos sabores. Hora salgado, hora picante, algumas vezes até indigesto para uma vegetariana. Mas sempre, sempre doce, delicado e sutil.

Trata-se de uma história adaptada de um blog que virou livro, assim como Bruna Surfistinha. A blogueira da vez? Julie Powell, uma americana que prestes a completar 30 anos e vivendo na periferia de Nova Iorque no período pós 11 de setembro, encontra-se perdida, frustrada profissionalmente e quase em depressão. E eis que encontra a alegria de viver na culinária e na escrita.

Já Julia Child viveu 40 anos antes de Julie Powell. Para ser mais precisa, ela e o marido, ambos americanos, viviam em Paris durante o período pós Segunda Guerra. Os dois eram funcionários do governo dos Estados Unidos, mas Julia não queria mais esse caminho. Ela ansiava por uma carreira em alguma área que lhe desse prazer. E por amar comer, amar Paris e a culinária francesa, se matriculou no Le Cordon Bleu, um dos mais importantes institutos de gastronomia do mundo. E ao final do curso, juntamente com Simone Beck e Louisette Bertholle, escreveu uma das obras de culinária mais importantes: Dominando a arte da culinária francesa.

De que maneira Julie e Julia se encontram? Não há qualquer máquina do tempo ou grandes efeitos especiais no filme, garanto. As duas se encontram através da obra de Julia Child e também por suas semelhanças. Ambas são funcionárias do governo, são casadas com homens maravilhosos e companheiros, viveram em períodos políticos deprimentes, procuraram um sentido na própria existência, e claro, amavam comer e cozinhar.

Escritora frustrada e sem direção, Julie se propõe um desafio: Cozinhar todas as receitas do livro de Julia Child no prazo de 1 ano e registrar a jornada num blog. E aí o filme alterna entre as histórias das duas, numa sinfonia de romance, cores e sabores. Enquanto a história de Julie é baseada no blog/livro The Julie & Julia Project, a história de Julia Child é baseada na autobiografia My life in France. E o terceiro livro usado na obra é, claro, Dominando a arte da culinária francesa.

Está claro que me encantei por esse filme, já que me rasguei em elogios. Mas vou começar a ser mais objetiva quanto às razões para amá-lo tanto. Porém farei isso em próximos posts, que este aqui já está muito grande.

Bon appetit!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Bruna Surfistinha participa do programa da Ana Hickman

Recentemente escrevi aqui a respeito do filme Bruna Surfistinha. O que não comentei nesse dia é que eu nunca achei a Rachel Pacheco atraente em relação à mídia. Na época em que o livro foi lançado, a vi no Pânico na TV, e ela era aquela coisa travada que nem falava diante das piadas. Claro que ela podia estar constrangida, o que seria compreensível. Mas a verdade é que não dava vontade de conhecê-la. Após o filme, ela deu uma entrevista para a Marília Gabriela, uma boa entrevistadora na minha opinião. E mais uma vez fiquei entediada. Achava que ela escrevia bem, mas falando diante das câmeras não funcionava.

Pois essa idéia caiu por terra ontem, durante sua participação no programa da Ana Hickman. Tratava-se de um quadro no formato “berlinda”, quando um só entrevistado é alvo de perguntas de vários entrevistadores. No caso, uma era a apresentadora do programa e os outros eram dois jornalistas. E Rachel se saiu muito bem, reforçando a idéia que o filme me passou. A humanização da garota de programa.

Durante as várias perguntas, ela respondeu de forma séria e simpática. E uma coisa na qual pensei: Rachel não vai a programas para que dêem closes em seus seios ou na bunda. Isso é facilmente perceptível pelas roupas que ela usa, que não são excessivamente sensuais. Ela não vai aos programas para dançar sensualmente, ou falar de suas experiências sexuais de forma a banalizá-las. Ao que me parece, Rachel quer realmente deixar de ser Bruna Surfistinha, quer deixar essa imagem para trás. Eu soube que recentemente ela esteve no programa Legendários e falou muita p******, mas acho que ela estava só dançando conforme a música. Afinal, era o Legendários, né? Mas a entrevista de ontem, a forma como ela falou da própria vida deu realmente vontade de conhecer a pessoa que tem por trás da personagem.

O filme me deixou uma dúvida: Rachel nunca sofreu violência física (não que a coisa toda não seja meio que uma violência)? Não há nenhum cena de estupro ou algum momento em que ela apanhasse e isso me deixou curiosa, se realmente tinha sido assim. Na entrevista, ela disse que teve muita sorte. Chegou a sofrer agressões verbais mas nenhuma física. Disse também que nunca engravidou ou teve problemas com doenças sexualmente transmissíveis. Sorte mesmo, viu?

Uma parte da entrevista que me deixou muito feliz foi o momento em que Ana Hickman insistiu para que Rachel lhe contasse os nomes de clientes famosos, caso contrário perderia 5 mil reais do prêmio (esqueci de dizer que tinha dinheiro no meio). Ana insistia que Rachel lhe contasse no ouvido, como outro participante teria feito anteriormente, sob a promessa de que a apresentadora não contaria nada para ninguém.

Depois de pensar muito (e eu torcendo para que ela se negasse a contar), Rachel abriu mão dos 5 mil reais para preservar os nomes dos envolvidos. Ainda bem. Para quem já está ganhando uma boa nota e bastante visibilidade positiva com o filme, agir de forma antiética seria um tiro no pé.

Ao falar da família ela se emocionou muito e me deixou emocionada também, porque em alguns pontos me identifiquei bastante. Deu para notar o quanto o afastamento e a saudade dos pais a machuca, e também o quanto ela os respeita a ponto de não procurá-los. Ao invés disso, deixa as portas abertas para o caso de eles quererem falar com ela novamente, e torce para que isso aconteça. Minha relação com os meus pais é um pouco conturbada em alguns momentos, mas não chega a esse ponto, mas uma coisa assim aconteceu com outra pessoa de quem gosto muito e de quem sinto muita saudade. Dá vontade demais de aparecer lá na porta da pessoa só para saber como ela está, dar um abraço e tal, mas por respeito e medo de ser rejeitada não faço isso.

Rachel Pacheco me parece ser uma pessoa orgulhosa, forte e sensível, que tem uma sede muito grande de ser feliz. Na entrevista ela disse também que foi uma pessoa muito corajosa por assumir os próprios erros, e é verdade.

Acho que a surfistinha está amadurecendo.



Abaixo, um trecho da entrevista de ontem, num momento em que o povo meio que pentelha a menina porque ela disse que não está podendo fazer faculdade no momento. Povo chato. Não é o momento mais interessante do que foi exibido ontem, mas ao menos é uma amostra.




sexta-feira, 25 de março de 2011

Tudo errado

Muita coisa aconteceu em Guaramiranga no último carnaval. Uma das coisas mais divertidas era observar o povo desprovido de sua lucidez devido ao consumo de álcool e etc. Sem falar que os horários das pessoas eram completamente malucos, portanto a todo instante tinha gente acordando, tentando dormir ou chegando com-ple-ta-men-te doido no acampamento.

Numa dessas, em certa aurora meu namorado é testemunha auditiva do desabafo de uma garota, que gritava indignada no acampamento:


"Meu Deus o que é isso? Tá tudo errado! Aqui nessa barraca tem duas mulheres dormindo juntas! Naquela ali tinha dois homens! É homem com homem, mulher com mulher, homem com mulher! TÁ TUDO ERRADO! TÁ TUDO ERRADO!"


?



quinta-feira, 24 de março de 2011

Crítica de filme - Esposa de mentirinha

Nem a melhor pipoca desse mundo salva esse filme.


Previsível. Cansado. Com todos os elementos que Adam Sandler costuma usar em seus filmes, só que ao contrário de mais ou menos uma década atrás, não surpreendem mais. Flash back da juventude dele, piadas com deformidades e pessoas obesas, etc, etc. Enquanto houveram algumas poucas cenas que provocaram ataques de risos em alguns gatos pingados (incluindo o meu gato pingado), em vários outros momentos não havia qualquer resposta do público. Após a piada, quase se ouvia grilos no cinema.

A única exceção foi uma garotinha com uma atuação maravilhosa. O nome da estrela? Bailee Madison, coisa mais fofa e hilária do planeta, bancando a britânica. Saindo um filme em que ela seja protagonista, eu quero.





Quanto a Esposa de Mentirinha... Se fosse em DVD, eu teria desistido nos primeiros 10min.


quarta-feira, 23 de março de 2011

Luiz Caldas canta Heavy Metal

Não, não é brincadeira. O Luiz Caldas, aquele do Tieta do Agreste, de tantos atrás agora toca Heavy Metal. Pelo que li, a notícia não é assim tão nova, mas fiquei sabendo disso ontem, quando meu coleguinha de trabalho e troca de figurinhas musicais, o Gandra me contou a notícia e me passou o link para uma música. Mesmo depois de ouvir fiquei sem acreditar, porque confesso que não curti o som do cara. A voz, exageradamente grossa, parece a versão grave do Massacration. Ficou caricatural, engraçado mesmo. Sem falar no visual do cara, uma vibe meio Bentinho, o vampiro brasileiro + Prince. Tudo muito exagerado. O instrumental está bom. Distorções e solos de guitarra bacanas, do jeito que a gente gosta.

Encontrei uma entrevista dele a respeito desse trabalho. A entrevista é tão calma, tão zen, que nem parece que o povo está falando de Heavy Metal. Nela, Luiz Caldas toma para si o mérito por ter criado o axé music e destaca que não pretende abandonar o gênero, pelo contrário. Quer somar ritmos à própria carreira.


E abaixo, confira o som e o look do mais novo metaleiro na cena brasileira. Aprovado?



terça-feira, 22 de março de 2011

Função: enfeite

Ok, eu adoro moda. É importante que isso seja dito primeiro. Me interesso pelo estilo de famosos? Sim, me interesso. Também gosto de observar figurinos em filmes, e quando adoro o personagem e/ou o filme, tem objetos com os quais sonho. Às vezes nem gosto da história ou atores, mas certos adereços me chamam a atenção.

Mas é muito ridículo e irritante receber o presidente de um país aqui (posicionamento político à parte) e ficar observando qual a roupa que a esposa dele veste. E julgar se ela se veste melhor ou pior que outra primeira dama de décadas atrás.

Enquanto todos voltam os ouvidos para os pronuncionamentos do presidente, os olhos vão para o que a esposa dele veste. Percebam: enfeites não falam. A não ser que sejam decoração de Natal ou façam parte do elenco de A Bela e a Fera.

Sempre imaginei como seria quando tívessemos uma presidente mulher (posicionamento político à parte 2), se o marido dela (primeiro cavalheiro?) ficaria a seu lado sorrindo e acenando e todas as pessoas parariam para criticar se seus ternos estavam apropriados para acompanhar a excelentíssima esposa em seus compromissos políticos. Mas não. Nossa presidenta não tem marido, então é preciso compará-la com a beleza da jovem esposa de outro político.

Por mais que outras coisas da Michelle sejam levadas em consideração, como o fato de ela ser vegetariana por exemplo, o papel da mulher adorno ainda me parece predominante.

Irritantemente predominante.

Desejo: arranhador para a Celina


Já faz muito tempo que publiquei uma foto da minha gatinha querida, a Celina. Ela estava inclusive muito pobrezinha já que estava doente e nós estávamos lutando para salvá-la. Mas hoje, pouco mais de dois anos depois, temos uma verdadeira pantera em casa. Enorme e preta. Lindooona! A falta de fotos mais recentes é porque é muito difícil mesmo fotografá-la, porque (1) a minha câmera é muito ruim, (2) tem pouca luz na minha casa e (3) ela não fica quieta.

O desejo do arranhador era pra ver se conseguíamos conservar um sofá e claro, nossas canelas. Sem falar que ia ser muito legal olhar ela brincando.









E aqui, um blog bacana de fotografias. Infelizmente ele está parado, mas mesmo assim curta a tag gatos e prepare o "oooooowwwww".




segunda-feira, 21 de março de 2011

Uma loba sob medida que ama Rock and Roll

Há dias estou louca para assistir The Runaways de novo. Enquanto não consigo o DVD, vou curtindo o som de mulheres empoderadíssimas, me aproveitando dessa maravilha que é o You Tube. Mas não é o vídeo de The Runaways tocando Cherrie Bomb no Japão em 1977 que postarei hoje. Porque curtir o som das garotas esta tarde me fez dar um passeio por outras mulheres que falam do amor e do sexo. Só que brasileiras.

"Trata-se da libido feminina", como diria o empresário maluco que orientou/ajudou/manipulou/se aproveitou de Joan Jett e cia nos anos 70. São músicas que adoro, pois brincam de maneira deliciosa com o desejo feminino e uma (falsa?) submissão aos seus parceiros. Sem falar numa dose grande de sensualidade, de vulgaridade, bem ao estilo mulher de cabaré. Aliás, este blog anda nada pudico ultimamente, não acham?

Músicas que me deixam molinha e cheia de imaginação. O boy que se prepare. Hoje estou indo pra lá. ;)

Boa lua cheia para todos.


sexta-feira, 18 de março de 2011

Aos gatos, com carinho


Logo após o carnaval comecei a trabalhar numa agência de publicidade. É uma área nova para mim e com certeza vai me render bons frutos, na minha carreira na área da comunicação. O primeiro deles, creio que serão amizades novas porque é um povo interessante demais. Galera modernoza, simpática e antenada demais em boa música.


Uma das pessoas legais que conheci foi Daniel Gandra, ou “Gandrácula” para os iChatíntimos. Descobri que a figura é do time dos amantes de animais, super simpatizante do vegetarianismo. Trocando idéias com ele sobre bichinhos, e também dando uma passeada pelo blog do rapaz, deu saudade da minha gatinha em casa. Então lembrei de algumas músicas que o Ferreira Gullar fez com a Adriana Calcanhoto falando exclusivamente de... gatos!


Bom fim de semana. :)





Links para o YouTube (queria incorporar, mas a Adriana Calcanhoto não deixa)


Gato pensa: http://bit.ly/gmUwlO


O gato e a pulga: http://bit.ly/eYoAJv


Ron ron do gatinho: http://bit.ly/9jGvfF


O dono do pedaço: http://bit.ly/cQs18i


quarta-feira, 16 de março de 2011

Desatualizada...




Ela saiu na Gloss deste mês numa matéria bacana sobre blush. Aí ontem à noite, vendo TV, senti falta dela.


Quando foi que a Vanessa Rozan saiu do Esquadrão da Moda? :(


terça-feira, 15 de março de 2011

Crítica de filme e de público - Bruna Surfistinha

Uau! Que post enorme!


Há alguns dias comentei por aqui que assisti ao filme “Bruna Surfistinha” e gostei. Pois bem, dias depois do ocorrido, tentarei lembrar porque gostei tanto do filme apesar de tê-lo visto numa sessão terrivelmente barulhenta.


Em primeiro lugar, o filme me interessou por ser baseado num blog que virou livro. Não que existam reais pretensões em ver este bloguinho em prateleiras da Saraiva. É que me fascina a idéia de que pessoas comuns, dos mais variados tipos tenham idéias incríveis e escrevam bem ao ponto de serem publicadas. Acho isso muito legal, ainda mais no contexto brasileiro, que tem uma média de leitura tão baixa.


Em segundo lugar, o filme fala da trajetória de Rachel Pacheco, que aos 16 anos resolveu se tornar garota de programa. Outro tema que me interessa: prostituição.


Lembro da época em que o livro de Rachel, chamado “O doce veneno do escorpião” se tornou muito popular, justamente por ser polêmico. Eu nunca o li, numa tendência um tanto preconceituosa de recusar quase tudo que fosse pop e aparentemente instantâneo (pois é, mudei um pouco e hoje em dia leio até biografia da Lady Gaga. Brincadeira.) Outra razão para me afastar foi o filme pornô de Bruna Surfistinha, que foi lançado na época. Mas ainda tenho curiosidade em ler “O doce veneno…”, e vou esperar até que a onda do filme passe um pouco. O livro deve estar caro no momento.


Mas vamos ao filme. Roteiro muito bem amarrado, fotografia bacana, trilha sonora muito boa. Prostituta viciada em cocaína, abandonada pelos amigos, com saudade da família, triste e na chuva? Toca Radiohead!


Outra coisa: a versatilidade da Deborah Secco. Não em relação à atuação, que eu acho que ela sempre interpreta a mesma coisa, mas à idade. Tantos anos depois e ela ainda consegue parecer a molequinha de Confissões de Adolescente (saudade!) numa cena e virar um mulherão em outra. Há momentos em que ela está numa sala de aula com outros adolescentes e realmente consegue se misturar. Lembra do Murilo Benício interpretando seu clone adolescente? Não era daquele jeito.


Já as cenas de sexo ficaram muito bonitas. Elas são vulgares e divertidas (algumas), mas ao mesmo tempo não são pornográficas, entende? É que é a história de uma prostituta que trabalha num “privê” barato, com clientes dos mais variados tipos e taras. Tinha que ter uma crueza. Mas foram feitas com inteligência e bom gosto, sem parecer tanto com pornochanchada. Mesmo a cena em que Bruna realiza a fantasia de um cliente e urina sobre ele foi feita de forma inteligente e interessante. Talvez aí eu deva um elogio à atuação de Deborah, que parece ter pesquisado muito e dado a devida importância e respeito ao papel.


E mesmo não sendo pornográficas, as cenas ainda causam gritos de euforia nos taradinhos de plantão, e olha que nem todas as cenas de sexo são passíveis de riso. Algumas são violentas, constrangedoras. Alguns colegas de sessão chegavam a “torcer”em algumas partes. Só não me pergunte pra quem torciam. Mesmo em cenas que não eram de sexo, mas eram bastante dramáticas houve que risse e gritasse. Haja paciência.


O primeiro programa que Bruna faz é sofrido, doloroso. Ela só não chora para provar a si mesma que não é criança e que não voltará correndo pra casa. Mas me deu vontade de chorar. Deu nojo também. E me deu muita vontade de sair gritando dentro do cinema com todos aqueles idiotas que faziam piadinhas.


Por que o sofrimento de Rachel Pacheco merece ser banalizado? Talvez porque ela não tenha se tornado Bruna Surfistinha por razões financeiras. Rachel foi adotada por uma família de classe média alta e vivia em condições mais que razoáveis. Estudava em bom colégio e era amada pelos pais adotivos. O que mais uma menina sem família poderia sonhar?


Porém, de acordo com o filme, Rachel se sentia feia, perdida e sem identidade. Sofria bullying na escola e era humilhada pelo irmão mais velho. Uma característica: amava ler e escrever.


Um dia, é seduzida por um colega de classe e quase transa com ele. O garoto fotografa esse “quase“e publica no orkut, gabando-se. No dia seguinte a menina é perseguida na escola, como se a violência do colega já não fosse suficientemente ultrajante.


O episódio cai como uma cereja no bolo. Sentindo-se sozinha e rejeitada, apesar do carinho dos pais, Rachel arruma a mochila e vai se tornar garota de programa, numa tentativa de provar a si mesma que pode ser bonita e dona de si. E aí vale a reflexão sobre a posse de nosso corpo. Até que ponto Bruna Surfistinha é dona de si, e até que ponto não? Mulheres, reflitam!


Mas o contexto de Rachel Pacheco na adolescência pode parecer bobagem aos olhos de alguns. Quer dizer, não merece sensibilidade de ninguém, tem mais é que sofrer mesmo? O que justifica o riso diante de um “quase-estupro”?


Só porque foi fotografada fazendo sexo oral, sem permissão e colocaram foto na Internet vai virar puta? Estupra! Estupra!


Saiu de casa para uma faculdade de respeito usando um vestido curto demais? Estupra! Estupra!


Virou travesti e agora está com medo de pegar HIV? Estupra! Estupra!


Falando sério, para entender essa mentalidade talvez fosse preciso assistir ao filme de novo, bem escondidinha e com total silêncio. Ler o livro, conversar com a própria Rachel, com os doentes e gritadores, com sociólogos, fazer terapia, teses de mestrado, doutorado, pilates...



domingo, 13 de março de 2011

"De repente você sente que perdeu ou está perdendo alguma coisa

morna e ingênua que vai ficando no caminho..."



sexta-feira, 11 de março de 2011

E depois de descer a serra...


Ainda de ressaca de carnaval. Mas não ressaca de bebida e sim de sono. Mas não de sono demais, e sim de sono de menos. Meu carnaval foi acampando numa serra gelaaaaada aqui do Ceará, na cidade de Guaramiranga. O lugar já virou referência para quem não é de folia e quer passar longe do odioso “foge foge Mulher Maravilha”. Durante os quatro dias, Guará sedia o Festival de Jazz e Blues, e muita gente vai para lá acampar e curtir um som mais alternativo e black.


Fui pela primeira vez, e como acampante de primeira viagem percebi que sou um desastre total. Não que eu fosse a rainha das frescuras ou morresse de medo de sapos (na verdade acho eles nhindos), mas é que armar barraca no escuro, morrendo de frio e com ameça latente de chuva é dose. E quando a ameça se cumpriu e fomos contemplados por vários torós, nosso camping se tornou uma mar de lama. #trágico


Fora que o fuso horário de Guaramiranga no carnaval é bem diferente. Gente chegando no meio da madrugada, rindo o tempo todo, acordando todo mundo. Além do excesso de frio e calor na barraca. Enquanto à noite ficávamos batendo os dentes, era só um pouco de sol surgir para que a barraca virasse um forninho. Então era (tentar) dormir às 2 da manhã e levantar no máximo às 8.


E apesar de alguns estresses em off e de não ter ouvido tanto jazz e blues como achei que ia acontecer, curti bastante. Muita gente legal, além de um bar incrível com a melhor trilha sonora do planeta: o Odilon. Se você quer conhecer uma taberna contemporânea meio metal-punk-hippie-underground, vá ao Odilon no Carnaval. O bar que nunca fecha. Cheguei a virar uma noite por lá e fiquei passada ao ver o povo varrendo e organizando tudo às 6 horas da manhã, sem parar nem para fechar. E no DVD rolando Beatles, AC/DC, Metallica, Bob Marley, The Cure, Tim Maia, Cazuza, Belchior… Bom demais! Ah, e se sobrar coragem, experimente a Odilombra, a cachaça caseira. Fiquei tonta só com o cheiro.


Na próxima vez, quero fazer ecoturismo. Falaram muito das trilhas e das cachoeiras mas minha galera era sedentária demais então boa parte do tempo foi passear pela cidade e curtir os novos amigos.

Fotinhas depois, I promise.


Tsunami no Japão: 60 mortes confirmadas

Estava preparando um post sobre o carnaval em Guaramiranga quando vi a notícia de uma tragédia no Japão. Hoje pela manhã o país foi atingido por um terremoto que gerou uma tsunami. Segundo o G1, 60 mortes já foram confirmadas.

Mais uma tragédia ambiental que abala o mundo e nos faz lembrar que a natureza sofre e é maltratada, mas se vinga. É uma pena a nossa tendência em pensar nisso por pouco tempo e também de darmos mais atenção ao que acontece em outros países e regiões, esquecendo dos que estão próximos de nós.



Mais tarde, o post sobre o carnaval.


terça-feira, 1 de março de 2011

Contra risonhos e gritadores


Não sou muito fã de lan houses. Quer dizer, a que tem perto da minha casa até que é bem tranqüila, e seu dono é gentil ao ponto de me devolver meu pen drive nas milhares de vezes em que o deixei conectado a uma das máquinas. Mas a que tem perto da casa do meu namorado, é um inferno. Sempre tem crianças ou adultos que vêm jogar Ragnarok e ficam gritando entre si. Ou adolescentes que vêm em grupo olhar as “fotinhas no orkut” e riem alto, fofocam e gritam bem ao meu lado. E como a Internet cai o tempo todo, não dá para ouvir Rádio Uol ou outro site de músicas. O que me sobra? Ouvir as amostras do Windows Media Player no último volume. As únicas duas amostras.

Quero escrever a crítica do filme Bruna Surfistinha, que assisti com o namorado ontem, mas aqui é completamente sem condições. Fica para depois.

Adianto que gostei muito do filme. Mas deixe para assistir daqui há algumas semanas, quando as salas deverão estar menos lotadas de figuras que gritam e riem alto durante cenas horríveis de quase-estupro. Vontade de jogar 1 litro de refrigerante na cabeça daqueles punheteiros doentes e sem noção. Como alguém ainda pode rir de certas coisas?

Sim, estou de mau humor. Mas ouvindo as mesmas duas músicas há 40min, quem não estaria?