segunda-feira, 28 de março de 2011

Bruna Surfistinha participa do programa da Ana Hickman

Recentemente escrevi aqui a respeito do filme Bruna Surfistinha. O que não comentei nesse dia é que eu nunca achei a Rachel Pacheco atraente em relação à mídia. Na época em que o livro foi lançado, a vi no Pânico na TV, e ela era aquela coisa travada que nem falava diante das piadas. Claro que ela podia estar constrangida, o que seria compreensível. Mas a verdade é que não dava vontade de conhecê-la. Após o filme, ela deu uma entrevista para a Marília Gabriela, uma boa entrevistadora na minha opinião. E mais uma vez fiquei entediada. Achava que ela escrevia bem, mas falando diante das câmeras não funcionava.

Pois essa idéia caiu por terra ontem, durante sua participação no programa da Ana Hickman. Tratava-se de um quadro no formato “berlinda”, quando um só entrevistado é alvo de perguntas de vários entrevistadores. No caso, uma era a apresentadora do programa e os outros eram dois jornalistas. E Rachel se saiu muito bem, reforçando a idéia que o filme me passou. A humanização da garota de programa.

Durante as várias perguntas, ela respondeu de forma séria e simpática. E uma coisa na qual pensei: Rachel não vai a programas para que dêem closes em seus seios ou na bunda. Isso é facilmente perceptível pelas roupas que ela usa, que não são excessivamente sensuais. Ela não vai aos programas para dançar sensualmente, ou falar de suas experiências sexuais de forma a banalizá-las. Ao que me parece, Rachel quer realmente deixar de ser Bruna Surfistinha, quer deixar essa imagem para trás. Eu soube que recentemente ela esteve no programa Legendários e falou muita p******, mas acho que ela estava só dançando conforme a música. Afinal, era o Legendários, né? Mas a entrevista de ontem, a forma como ela falou da própria vida deu realmente vontade de conhecer a pessoa que tem por trás da personagem.

O filme me deixou uma dúvida: Rachel nunca sofreu violência física (não que a coisa toda não seja meio que uma violência)? Não há nenhum cena de estupro ou algum momento em que ela apanhasse e isso me deixou curiosa, se realmente tinha sido assim. Na entrevista, ela disse que teve muita sorte. Chegou a sofrer agressões verbais mas nenhuma física. Disse também que nunca engravidou ou teve problemas com doenças sexualmente transmissíveis. Sorte mesmo, viu?

Uma parte da entrevista que me deixou muito feliz foi o momento em que Ana Hickman insistiu para que Rachel lhe contasse os nomes de clientes famosos, caso contrário perderia 5 mil reais do prêmio (esqueci de dizer que tinha dinheiro no meio). Ana insistia que Rachel lhe contasse no ouvido, como outro participante teria feito anteriormente, sob a promessa de que a apresentadora não contaria nada para ninguém.

Depois de pensar muito (e eu torcendo para que ela se negasse a contar), Rachel abriu mão dos 5 mil reais para preservar os nomes dos envolvidos. Ainda bem. Para quem já está ganhando uma boa nota e bastante visibilidade positiva com o filme, agir de forma antiética seria um tiro no pé.

Ao falar da família ela se emocionou muito e me deixou emocionada também, porque em alguns pontos me identifiquei bastante. Deu para notar o quanto o afastamento e a saudade dos pais a machuca, e também o quanto ela os respeita a ponto de não procurá-los. Ao invés disso, deixa as portas abertas para o caso de eles quererem falar com ela novamente, e torce para que isso aconteça. Minha relação com os meus pais é um pouco conturbada em alguns momentos, mas não chega a esse ponto, mas uma coisa assim aconteceu com outra pessoa de quem gosto muito e de quem sinto muita saudade. Dá vontade demais de aparecer lá na porta da pessoa só para saber como ela está, dar um abraço e tal, mas por respeito e medo de ser rejeitada não faço isso.

Rachel Pacheco me parece ser uma pessoa orgulhosa, forte e sensível, que tem uma sede muito grande de ser feliz. Na entrevista ela disse também que foi uma pessoa muito corajosa por assumir os próprios erros, e é verdade.

Acho que a surfistinha está amadurecendo.



Abaixo, um trecho da entrevista de ontem, num momento em que o povo meio que pentelha a menina porque ela disse que não está podendo fazer faculdade no momento. Povo chato. Não é o momento mais interessante do que foi exibido ontem, mas ao menos é uma amostra.




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