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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Perfeitas

Uma das coisas que mais gosto nesses tempos de Internet é a democratização das produções de conteúdo. Apesar de ter muita bobagem, coisa feita a esmo e na base da pretensão, também tem muita coisa boa.

Em se tratando de moda, os blogs fazem uma coisa incrivelmente simples, mas ao mesmo tempo super inspiradora. Desde o sucesso da Cris Guerra e o Hoje Vou Assim, o simples ato de mostrar o look nosso de cada dia revela a criatividade de gente de muitos lugares. E aí descobre-se que somos capazes de combinar cores, fazer sobreposições, resgatar peças velhas do guarda-roupa. Gente comum, simplesmente compartilhando fotinhas um tanto narcisistas mas super divertidas de se fazer e mostrar.

Ah, e nem precisa ter tanta grana assim. A Ana Carolina, do Hoje Vou Assim Off, inspirou-se na Cris Guerra e mostra seus próprios looks, porém montados com peças de lojas de departamento, itens comprados em feiras, coisinhas desenterradas do guarda-roupa, etc. Gente como a gente, ela tem problemas financeiros e tenta mostrar formas de usar as mesmas peças de roupa de formas diferentes. Fashionisses sustentáveis.

Nos blogs de moda, pessoinhas comuns, fora do padrão inalcançável de beleza. Gente sem photoshop, muitas sem câmera profissional ou tripé, que tem rugas, olheiras, cabelo fora de corte, veias aparentes nas mãos e pés, esmalte descascando...

Adoro todas essas imperfeições, porque tornam a expressão através do vestuário muito mais real e palpável. Mostram que bom gosto e criatividade vão além de toda a montanha de laquê e maquiagem dos anúncios, desfiles de moda e capas de revistas. E que ao invés de se estressar ao montar produções em que escondemos defeitos, podemos nos divertir mostrando o que há de imperfeito e real.

E assim como a Cris Guerra, somos todas nossas princesas, se quisermos. E escravas libertas também. Somos jovens, somos idosas, somos LGBTT, somos hetero, negras, asiáticas, brancas, indígenas, urbanas, rurais, estudantes, ciclistas. Somos heroínas de nossas histórias e das histórias de outras mulheres, e não apenas um pedaço de tecido ou sapato mostra isso.

Nossa carga está nas rugas, nas fotos sem foco, no nariz imperfeito, nos quilos a mais. E para que escondê-los? Muitas vezes eles são o que há de mais original e único em nossos looks.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Vídeo do Projeto #Eu sou gay já está no ar

Há algum tempo postei por aqui a minha fotinha aderindo ao Projeto #Eu sou Gay. Para quem não lembra, a intenção era enviar uma foto na qual a pessoa segurasse uma plaquinha ou algo assim, na qual estivesse escrito “#eusougay”. Para participar não precisava ser necessariamente gay, a ação era na verdade uma forma pacífica de se colocar a favor de um mundo mais colorido e livre de intolerância.

A intenção era reunir muitas fotos num vídeo, que por sinal já está rolando na Internet! Infelizmente a minha foto não foi selecionada L, mas mesmo assim achei o resultado muito lindo. Dá uma felicidadezinha muito boa ver coisas assim. Acho que vou fazer de conta que faz parte do meu presente de aniversário hehehe.


sexta-feira, 1 de julho de 2011

25 anos: sonhos, sangue e América do Sul

Meu aniversário foi no dia 28 de junho e eu nem escrevi nada a respeito. Na verdade, não tenho escrito muitas coisas de cunho pessoal ultimamente, apenas textos relacionados ao meu trabalho. É que mais uma vez a tecnologia não está a meu favor: meu computador não liga há bastante tempo, então no pouco tempo que tenho livre falta tecnologia. “Mas por que você não escreve à mão e depois publica?”, você há de perguntar. Sei lá. Essa é a minha resposta.

Mas voltando ao assunto do meu aniversário, há duas razões pelas quais fico muito contente por ter nascido no dia 28 de junho.

A primeira é porque coincide com o aniversário de um dos maiores poetas muito loucos do Brasil: Raul Seixas, o Raulzito. Um célebre canceriano.

A segunda razão é porque há 42 anos, em Nova Iorque, um grupo de LGBTT cansou dos abusos da polícia e resolveu revidar. O cenário foi o bar Stonewall, muito freqüentado pela galera do arco íris, e onde a polícia costumava ir para espancar e extorquir os freqüentadores.
No dia 28 de junho de 1969, mesmo dia em que uma musa da população LGBTT Judy Garland (Doroth, de o Mágico de Oz) morreu, o grupo que estava no bar não aceitou as agressões costumeiras da polícia. Os guardas foram expulsos do local sob uma chuva de pedras, garrafas e até moedas e os freqüentadores montaram uma barricada na rua por dias.

Dentre a resistência haviam também mulheres lésbicas e bissexuais, embora algumas insistam em até hoje não visibilizar as fêmeas dentro desse movimento. Tsc, tsc.

O episódio de 28 de junho de 1969 é conhecido como o Levante Stonewall, e é tido como um dos primeiros movimentos de resistência política do movimento LGBTT. Após o levante começaram as paradas pelo orgulho gay nos Estados Unidos. Algumas décadas depois, as paradas já acontecem em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.

E euzinha aqui acabo nascendo em outro 28 de junho, só que em 1986. Nem sabia que essa data significava tanto para a galera do arco-íris, nem para a galera do rock. Mas a paixão pela música e principalmente, a aversão à intolerância sempre estiveram de alguma forma presentes em minha personalidade. Só descobri que o 28 de junho era o dia do Orgulho Gay, ou dia da Consciência Homossexual, que hoje é chamada de Dia Mundial de Luta pela Diversidade, quando eu tinha por volta 15 anos, mais ou menos na época da primeira Parada aqui no Ceará.

Apesar de já ter passado meu niver, ainda aceito presentes atrasados: que tal um mundo mais tolerante? Que tal mais respeito com o que é que diferente? Taí um presentão que eu faria questão de dividir.

sábado, 28 de maio de 2011

Encontro de blogueiros no Ceará


Estou participando do Encontro de Blogueiros no Ceará (clique para assistir ao vivo), hoje e amanhã, aqui no Cuca Che Guevara, em Fortaleza. Pela manhã, tivemos palestra com vários blogueiros e jornalistas, dentre eles o Paulo Henrique Amorim e a Georgia Pinheiro, da TV Record e do blog Conversa Fiada, onde postam críticas políticas. Quando cheguei, as falas dos outros palestrantes já haviam passado e peguei o finalzinho da fala do Paulo Henrique Amorim e as perguntas da plenária, maioria direcionadas a ele. Ele falou basicamente do contexto dos blogs que não tem medo de fazer críticas severas ao cenário político e como a maioria deles já foi processado, inclusive o Conversa Fiada. Criou-se um clima de status "diferenciados" para os "blogs sujos", os que já foram processados, ao que o jornalista anunciou: "Diga quem te processa e te direi quem tu és". E mais, em tom de meia brincadeira: "Os blogueiros que ainda não foram processados providenciem um processo imediatamente!".

Sei lá, acho fácil falar. Se você já tem o nome consolidado no mercado da comunicação, e principalmente, grana para pagar advogado, é fácil não ter medo e até se gabar de ser processado. Agora para as foquinhas cearenses, que desejam viver de jornalismo, conseguir emprego num mercado coronelista como este, é outra história. O próprio jornalista, diante da pergunta da Lola Aronovich, que criticou o jornalismo da rede Record, admitiu que se trata de uma meia liberdade e até mesmo a ética profissional o impede de criticar a Record no blog. Mesmo que não tenha nenhuma ligação com o Portal R7. Pena que as incrições terminaram antes que eu pudesse fazer minha pergunta ao Paulo Henrique, que seria justamente nesse contexto dos recém formados, e não só de criticar a própria empresa em que se trabalha publicamente, mas sei lá. O que aconteceria se o Paulo Henrique defendesse a legalização do aborto ou o kit anti-homofobia no Conversa Fiada, por exemplo? Como ficaria a liberdade de expressão, nesse caso? Ou melhor, cadê ela, nesse caso?

Aconselho que todos participem de encontros como este, principalmente quem trabalha na área de comunicação. E não falo só de redatores não, todos os profissionais envolvidos no processos de disseminação de informação, precisam participar de encontros que discutem democracia. Porque senão a gente acaba vivendo só pelo contra-cheque e esquece a importância social da nossa profissão.

Mas utopias à parte, algumas imagens do Encontro, tiradas na minha humilde câmera.


Palestrantes

Palestrantes

Paulo Henrique Amorim

Eu e Lola Aronovich, do Escreva Lola Escreva

Almoço com outros encontristas

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Uma estagiária, uma diretora, uma adolescente e um short curto demais (parte 2)

Leia aqui a parte 1.

Não eram gritos de desespero, que fizessem com que todos fossem em busca de acudir alguém. Eram broncas severas, cheias de agressividade, lições de moral e ofensas. E todos reconhecemos que a voz que gritava era a da diretora. Já a voz miúda, que tentava se justificar, era da estudante que havia chegado para a reunião do jornal.

Depois de alguns minutos constrangedores, o silêncio veio juntamente com a diretora. Ela veio nos explicar que a estudante voltara para casa porque chegou à escola com um short curto demais, e por isso sua entrada não foi permitida. E começou a falar alto mais uma vez, como se a estudante pudesse ouvi-la do outro lado da rua, ou talvez para outras que, como ela, não soubesse se vestir de forma “decente” e um dia ousassem chegar ao colégio em tais trajes.

A reunião não aconteceu porque a menina estava com todo o material que precisávamos e sequer foi permitida de adentrar o colégio para nos cumprimentar ou entregar sua pasta. Eu voltei desolada, revoltada com o que houvera e por um motivo tão banal ter perdido a chance de realizar uma reunião com estudantes que queriam muito realizar o projeto, mas estavam com dificuldades. O prejuízo pela perda da reunião era muito maior do que qualquer lição de boas condutas que a diretora talvez quisesse, de forma tão violenta, ter passado à aluna.

Fiquei desolada pela forma como a diretora falou com a adolescente, tão estupidamente humilhante, gritada para que todos os seus colegas e outros funcionários ouvissem. Algo que poderia ter sido feito de forma muito mais respeitosa, na sala da direção. Que poderia ter sido perdoado só daquela vez, para que a menina participasse da atividade e não viesse vestida daquela forma de novo. Ou que ela pelo menos não tivesse sido ofendida pela diretora, que a chamou de “vulgar”, “umazinha qualquer”, entre outros adjetivos nada dignos de saírem da boca de uma gestora de educação para uma adolescente de 13 anos.

Conversando com a assistente social que coordenava o projeto, ela me ofereceu vários pontos de vista. Em primeiro lugar, ela condenou veementemente a atitude da diretora. Destacou que aquela não era a forma de falar com ninguém, imagine com uma adolescente. Uma das coisas que me chamou a atenção é que a diretora disse à menina “você com certeza não tem só esse short!”, ao que a coordenadora do projeto me contestou: "como ela pode saber? Como ela pode ter certeza disso, que a menina não tinha só aquela roupa para ir à reunião?" E isso me deixou um tanto chocada, porque aí eu percebi que esse tipo de coisa realmente pode existir, e muitas vezes por estarmos numa condição confortável o suficiente, não nos damos conta.

Por outro lado, disse a coordenadora, imagine a pressão que essa diretora sofre naquela escola. Sem amparo público o suficiente, vendo adolescentes engravidarem e outras indo para as drogas e crime. Sendo ofendida por estudantes e pais de alunos, algumas vezes até ameaçada e saindo do trabalho, localizado numa periferia carente, estressada e com medo. Que condições essa profissional têm de fazer as coisas tal como ela deveria ter aprendido na universidade? Quanto ela ganha? Em quantas outras escolas não deve trabalhar para sustentar a família? Há quanto tempo ela não participa de uma discussão pedagógica para aperfeiçoar seus métodos?

E aí a coordenadora do projeto em que eu atuava comentou todas as diversas facetas envolvidas naquele incidente. Porque os pais da menina dificultavam que ela participasse plenamente do projeto? Será que eles tinham condições de perceber o quanto aquela experiência seria importante para a filha deles?

Porque a menina usaria aquele short para ir à escola ou a qualquer outro lugar? Será que ela tinha condições de perceber questões como a banalização do corpo das mulheres?

E esse episódio ficou marcado para sempre em minha memória, pois foi uma das primeiras vezes em que percebi o quanto nosso contexto é complexo, e que não dá para colocar a culpa em uma só personagem. Porque na maioria das vezes a culpa não é só da adolescente, do short ou da diretora.

Ou mesmo da estagiária, que por mais revoltada que estivesse, não fez nada diante da situação.


Uma estagiária, uma diretora, uma adolescente e um short curto demais (parte 1)


Algo marcante na minha vida foi ter começado a estagiar numa ONG, lá pelo 3º semestre do curso de jornalismo. No estágio eu cumpria a função de assessora pedagógica, ajudando os estudantes de algumas escolas públicas a fazerem seus jornais estudantis. Nessa época tive a oportunidade de trabalhar com educadores e assistentes sociais, o que me ajudou a abrir minha visão de mundo. A principal dessas mudanças foi perceber que nossa sociedade é tida em contexto. Um contexto cheio de aspectos, pessoas e situações. Milhares possíveis, com muitas facetas e possibilidades (ou impossibilidades).

Por exemplo: em determinada situação estive visitando uma escola para uma reunião com os estudantes, num horário oposto ao das aulas deles. Uma das meninas que ia participar da reunião sempre tinha muito interesse em contribuir com as coisas do jornal, mas tinha muitas dificuldades. Sendo a filha mais velha, ela cuidava dos irmãos menores, fazia todas as tarefas domésticas e mal tinha tempo para fazer os deveres de casa que os professores passavam. Participar do jornal da escola, então, era praticamente impossível. Para os pais dela, mais que isso: era besteira.

Pois eis que um dia o pai da menina a deixou ir à reunião, mas só depois que ela terminasse algumas tarefas da casa. Ela se esforçou para fazer tudo, avisou pelos outros participantes que ia chegar depois, mas que levaria todo o material que havia preparado.

Eu já tinha chegado para a reunião e resolvi dar uma tolerância de mais meia hora para que a garota não perdesse muita coisa. Enquanto isso, conversava com os outros estudantes sobre dificuldades que eles estavam enfrentando para concluir o jornal.

De repente, gritos na entrada da escola calaram todos.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sherviajando é gay




Está rolando uma mobilização nas mídias sociais contra a homofobia e toda a violência que ela gera. Quem não ficou sabendo das declarações cretinas do deputado Jair Bolsonaro? Ou de mais um assassinato por motivações homofóbicas, que foi o caso da adolescente de Goiás que foi morta pela família da namorada? Pois é, tristes exemplos de uma sociedade terrivelmente homofóbica, que ainda alimenta um ódio latente à diversidade.

A idéia da campanha é a seguinte: Tire uma foto sua, ou com amigos, familiares, até mesmo namorado ou namorada segurando uma plaquinha com a hash tag #eusougay. Depois, envie a foto para projetoeusougay@gmail.com. As fotos recebidas serão utilizadas num video clip no final da campanha. Idéia boa, né? Uma forma divertida e pacífica de passar uma mensagem de tolerância. Visite o blog do projeto e confira algumas fotos que já foram enviadas. E claro, participe.



Atualizando...

Eu achava que era desnecessário dizer isso, mas por alguns comentários a respeito da campanha (não aqui, em outros lugares), lá vai: Não precisa ser gay para aderir.


terça-feira, 26 de abril de 2011

Quem tem medo de ser fashion?

Brüno, com Sacha Baron Cohen. Sátira com o mundo da moda, homofobia e outros assuntos polêmicos. Crítica aqui e aqui.


A moda é um fenômeno que me fascina. Às vezes eu a odeio. Acho fútil, superficial, e um completo estímulo ao consumo alienado e desenfreado. Já em outros momentos, ela me seduz e me oferece possibilidades de expressar através de meu próprio corpo traços de minha personalidade. Se em alguns momentos isso é apenas pretexto para o consumo, em outros se torna um estímulo para reinventar antigas peças e acessórios.

Antes o meu olhar sobre a moda era completamente nojento. Achava tudo um monte de besteira e odiava o jeito como as mulheres se iludiam, se achando as poderosas por causa de um sapato novo, por exemplo. E isso com toda a violência contra as mulheres truando, a lógica do patriarcado tomando de conta. Quer dizer, você fica se achando porque pintou as unhas de vermelho mas não consegue contestar por que as obrigações domésticas são prioritariamente suas? Ou não aceita a própria aparência, não contesta os padrões de beleza impostos? Grande poder. Para mim, gostar de moda era sinônimo de gente alienada.

O meu olhar sobre esse fenômeno social mudou na época da minha monografia. Li muito sobre relações de gênero durante esse período e também sobre moda. Não só as revistas femininas que eram o objeto da minha pesquisa, mas livros a respeito da moda, seus fundamentos e sua trajetória no decorrer da história.

Dessas leituras, uma das que mais gostei foi História da moda: uma narrativa, do professor de moda João Braga. De uma forma rápida, fluida e interessante, o autor mostra como a moda reflete o contexto socioeconômico e político em que está inserida. Além disso, ela reflete de forma bastante significativa a história das relações de gênero, às vezes reprimindo as mulheres, às vezes libertando-as. Infelizmente tive dificuldades de encontrar o livro na Internet, mas neste site tem pelo menos o preço, caso alguém se interesse.

Um dos pontos mais importantes a serem observados em relação a moda e ideologia, na minha opinião, é que uma não anula a outra. E mesmo a pessoa mais anti-moda e anti-consumo do planeta escolhe o que vai vestir. Sabe aquele roqueiro barra pesada que anda sujo e diz que não liga para a aparência? Dê para ele uma camisa do Aviões do Forró e veja se ele gosta. Ou talvez o comunista assumido e que prega o reaproveitamento e o sentimento anticapitalista não queira usar uma camisa com a estampa da Coca-Cola. Nem de graça. Inclusive, expressar idéias através de mensagens nas camisetas é uma forma válida e interessante de se colocar politicamente, não acha?

A moda permite um exercício de criatividade muito interessante. Pode ser divertida, pode ser irônica. Pode até ser over, se quiser. Não tem nada de errado em escolher o que se quer usar. O fato de gostar de moda não necessariamente quer dizer que a pessoa é vazia, alienada. Isso é besteira.

Você pode sim, querida, ser doida por sapatos. Isso não depõe contra você. Mas reflita sobre esse consumo e sobre sua situação no mundo. Você está com um sapato incrível, mas ainda anda na rua com medo de ser estuprada, é expulsa de universidade por usar um vestido curto demais, e ainda apanha do marido? Pois não pense só no pretinho básico, veja se seus direitos básicos estão contemplados e aja. Porque sapato por sapato, o único que conheço que já salvou alguém foi o da Doroth , de o Mágico de Oz. E ela teve que dar uma ajudinha.



quinta-feira, 14 de abril de 2011

Bandido solto, skate preso


Hoje pela manhã, entre os vídeos mais vistos do You Tube está o registro de um Policial Militar apreendendo um skate no Rio de Janeiro. Enquanto os skatistas argumentavam com o policial, uma menina chega chorando dizendo que o namorado acabara de ser assaltado ali perto. No momento em que ele vai conversar com a menina, um garoto aproveitar para tomar de volta o carrinho. Daí o policial esquece a garota e volta para os skatistas, dessa vez com o cassetete em punho.

A revolta dos skatistas em questão é porque o policial deixou de ir atrás do ladrão, ou até mesmo de prestar socorro a algum possível ferido (pela forma que a menina chega chorando, me parece que aconteceu algo sério com o namorado dela) para ameaçar os garotos. E não duvido de alguma agressão se não houvesse alguém filmando, ou se eles não estivessem num grupo tão grande.

Me pergunto:

O policial tem direito de tomar o skate de alguém?

Onde é proibido praticar esse esporte?

Mesmo sem saber a resposta dessas perguntas, e mesmo que o skatistas tenham dito coisas nada agradáveis para o policial, estou do lado dos garotos.

Porque:

O lugar onde eles estavam não me parece inadequado para a prática do esporte.

Achei a postura do policial abusiva.

A prioridade em ameaçar os skatistas e deixar a moça sem socorro foi ridícula.

Já chega de ver o skate com preconceito, afinal o Brasil já está entre os 5 melhores do mundo nesse esporte. Inclusive cresce a adesão de mulheres na prática.


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Preconceito afeta saúde de mulheres lésbicas e bissexuais


Que o preconceito não está com nada todos nós estamos carecas de saber. Mas as consequências para quem sofre discriminação podem ser mais sérias do que pensamos. O site Delas publicou uma excelente matéria sobre como as mulheres lésbicas e bissexuais tem mais problemas de saúde e menos acesso a exames ou hábito de irem ao médico.

Segundo a matéria, devido ao preconceito que sofrem elas tem mais tendência em utilizar cigarro, álcool e drogas ilícitas, pois encontram nesses caminhos uma válvula de escape. E com a auto estima baixa, os entorpecentes tem efeitos devastadores. Além disso, as mulheres lésbicas e bissexuais costumam ir menos ao médico porque sentem-se constrangidas por a maioria dos profissionais estarem despreparados para atendê-las. As consequências são perigosas, pois esse fatores as tornam mais suscetíveis a adquirirem câncer de mama, obesidade e HPV, entre outros males.

Fora que existe uma grande falta de informação. As campanhas de prevenção às DSTs, por exemplo, são fortemente voltadas a relações heterossexuais. As lésbicas não são orientadas sobre como se prevenirem, nem tem recursos próprios para elas. Tanto que elas precisam adaptar a camisinha masculina para se prevenirem. Sabia que as lésbicas precisam ter uma camisinha masculina e uma tesoura para fazer sexo seguro? Pois é, precisam. Elas precisam cortar a camisinha em forma de quadrado para formar uma barreira na frente da vagina, para evitar o contato direto. Muita logística e pouca humanização.

#Ficadica para as pessoas que não entendem as relações sociais como um contexto complexo e cheio de facetas, e como o preconceito está relacionado inclusive à morte dos que sofrem discriminação. E como muitas vezes essas pessoas estatisticamente corretas só acreditam em dados e números, a matéria está rica em estatísticas. Para ninguém dizer que é frescura e paranóia dos politicamente corretos.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Que tal um novo membro na família?




Adote com responsabilidade! É no próximo sábado, no Shopping Benfica, aqui em Fortaleza.

Critica – Julie&Julia (parte 3)


Confira as partes 1 e 2.

Um brinde à igualdade!


Claro que sei que cozinhar e servir o marido é um papel instituído para as mulheres. Acho que é o mais clichê deles, inclusive. Mas o filme trata de algo para muito além disso. Julie e Julia se casaram com homens incríveis, absolutamente maravilhosos. Eles as apoiaram em todos os momentos e não se sentiram nem um pouco ameaçados diante do brilhantismo das esposas. Eram verdadeiros companheiros, não apenas maridos.

A história de Julia Child é mostrada de forma muito perfeita, porque tem um pouco do que seria a Julia que Julie Powell imagina. Por isso, não é retratado nenhum momento de conflito entre ela e Paul, o marido. Uma das cenas prediletas da diretora Nora Ephron (assisti com comentários também), é o momento em que Julia Child diz ao marido que vai aprender a fazer chapéus. Primeiro ele faz uma cara de quem pensa "que que tem a ver", mas em seguida resolve deixar a esposa curtir e diz: "Você gosta de chapéus". Tudo que ele queria era que ela fosse feliz, e às vezes isso é raro numa união, um homem querer ver sua esposa feliz. Principalmente se a felicidade dela depender de uma boa dose de autonomia.


Já Julie é muito mais humana e vulnerável. Ela faz drama quando a comida queima, é obcecada, teimosa e um pouco individualista. Inclusive nesse momento a interpretação de Amy Adams (Encantada) é perfeita, porque ela é aquela coisa linda e pequenininha com cara de chata. Dá vontade de dar um beijinho no nariz dela só para ver ela irritada. Num momento de conflito, ela e o marido brigam e ele chega a sair de casa. Mas a briga não tem fundo machista.

Em todo o filme as mulheres são protagonistas. Tudo é sobre as personagens principais. Tem até um momento em que Julie comenta que não gosta das amigas e a amiga dela, Sarah, diz que isso é absolutamente normal. Daí o marido de Julie diz "Os homens gostam dos maridos". Ao que Sarah responde: "E quem aqui está falando dos homens? Ningém está falando de homens aqui." Acho que foi uma alfinetada da roteirista.

O filme mostra dois exemplos do que acredito ser um casamento perfeito: uma relação onde as duas pessoas (ou mais, dependendo da situação) se ajudam mutuamente a crescer, sem disputar o domínio sobre a outra. Vale ressaltar que são dois casais sem filhos, então não sei como seria se houvessem crianças. Em Marley e eu, por exemplo, A personagem de Jennifer Aniston abre mão da própria carreira para cuidar dos filhos. Não que o marido a tenha obrigado a isso. Já em De pernas para o ar, recente longa brasileiro, o marido de Ingrid Guimarães pede divórcio devido à obsessão da esposa pela própria carreira. E será que alguém notou que em Sr e Sra Smith, a Angelina Jolie parece uma viciada em trabalho neurótica? Como se só assim ela pudesse se tornar uma espiã assassina competente, embora eu adore o filme e muitos traços da personagem interpretada por ela.

Óbvio que é difícil que uma relação sobreviva quando um dos dois é um workaholic. Só que no cinema há muito mais personagens masculinos e bem sucedidos do que mulheres. E quando elas são as bem sucedidas, geralmente o cinema as ilustra como mal amadas, insensíveis e anormais. A clássica megera. Enquanto isso, existem vários personagens homens bem sucedidos profissionalmente e felizes na família. Eu poderia citar muitos exemplos aqui, mas prefiro indicar um ótimo post que a Lola escreveu sobre a imagem das mulheres no cinema, baseado num instituto fundado pela Geena Davis, de Thelma e Louise.

Para a representação das personagens, o elenco demonstrou uma química incrível. Fora que tinha pelo menos duas figuras que eu adoro e ainda por cima nos papéis principais. Amy Adams e Meryl Streep foram sensacionais. E é incrível a versatilidade da Meryl. Basta contrastar A Julia Child com a Miranda Priestley, de o Diabo Veste Prada. A mulher é uma camaleoa!

Foram três posts bem robustos para falar de Julie & Julia, e talvez até surjam outros no futuro. Mas por enquanto desejo que tenham gostado da minha trilogia póstica e se interessado pelo filme. Será que os outros posts sobre filmes do meu coração serão grandes assim?

Bon appetit!

terça-feira, 15 de março de 2011

Crítica de filme e de público - Bruna Surfistinha

Uau! Que post enorme!


Há alguns dias comentei por aqui que assisti ao filme “Bruna Surfistinha” e gostei. Pois bem, dias depois do ocorrido, tentarei lembrar porque gostei tanto do filme apesar de tê-lo visto numa sessão terrivelmente barulhenta.


Em primeiro lugar, o filme me interessou por ser baseado num blog que virou livro. Não que existam reais pretensões em ver este bloguinho em prateleiras da Saraiva. É que me fascina a idéia de que pessoas comuns, dos mais variados tipos tenham idéias incríveis e escrevam bem ao ponto de serem publicadas. Acho isso muito legal, ainda mais no contexto brasileiro, que tem uma média de leitura tão baixa.


Em segundo lugar, o filme fala da trajetória de Rachel Pacheco, que aos 16 anos resolveu se tornar garota de programa. Outro tema que me interessa: prostituição.


Lembro da época em que o livro de Rachel, chamado “O doce veneno do escorpião” se tornou muito popular, justamente por ser polêmico. Eu nunca o li, numa tendência um tanto preconceituosa de recusar quase tudo que fosse pop e aparentemente instantâneo (pois é, mudei um pouco e hoje em dia leio até biografia da Lady Gaga. Brincadeira.) Outra razão para me afastar foi o filme pornô de Bruna Surfistinha, que foi lançado na época. Mas ainda tenho curiosidade em ler “O doce veneno…”, e vou esperar até que a onda do filme passe um pouco. O livro deve estar caro no momento.


Mas vamos ao filme. Roteiro muito bem amarrado, fotografia bacana, trilha sonora muito boa. Prostituta viciada em cocaína, abandonada pelos amigos, com saudade da família, triste e na chuva? Toca Radiohead!


Outra coisa: a versatilidade da Deborah Secco. Não em relação à atuação, que eu acho que ela sempre interpreta a mesma coisa, mas à idade. Tantos anos depois e ela ainda consegue parecer a molequinha de Confissões de Adolescente (saudade!) numa cena e virar um mulherão em outra. Há momentos em que ela está numa sala de aula com outros adolescentes e realmente consegue se misturar. Lembra do Murilo Benício interpretando seu clone adolescente? Não era daquele jeito.


Já as cenas de sexo ficaram muito bonitas. Elas são vulgares e divertidas (algumas), mas ao mesmo tempo não são pornográficas, entende? É que é a história de uma prostituta que trabalha num “privê” barato, com clientes dos mais variados tipos e taras. Tinha que ter uma crueza. Mas foram feitas com inteligência e bom gosto, sem parecer tanto com pornochanchada. Mesmo a cena em que Bruna realiza a fantasia de um cliente e urina sobre ele foi feita de forma inteligente e interessante. Talvez aí eu deva um elogio à atuação de Deborah, que parece ter pesquisado muito e dado a devida importância e respeito ao papel.


E mesmo não sendo pornográficas, as cenas ainda causam gritos de euforia nos taradinhos de plantão, e olha que nem todas as cenas de sexo são passíveis de riso. Algumas são violentas, constrangedoras. Alguns colegas de sessão chegavam a “torcer”em algumas partes. Só não me pergunte pra quem torciam. Mesmo em cenas que não eram de sexo, mas eram bastante dramáticas houve que risse e gritasse. Haja paciência.


O primeiro programa que Bruna faz é sofrido, doloroso. Ela só não chora para provar a si mesma que não é criança e que não voltará correndo pra casa. Mas me deu vontade de chorar. Deu nojo também. E me deu muita vontade de sair gritando dentro do cinema com todos aqueles idiotas que faziam piadinhas.


Por que o sofrimento de Rachel Pacheco merece ser banalizado? Talvez porque ela não tenha se tornado Bruna Surfistinha por razões financeiras. Rachel foi adotada por uma família de classe média alta e vivia em condições mais que razoáveis. Estudava em bom colégio e era amada pelos pais adotivos. O que mais uma menina sem família poderia sonhar?


Porém, de acordo com o filme, Rachel se sentia feia, perdida e sem identidade. Sofria bullying na escola e era humilhada pelo irmão mais velho. Uma característica: amava ler e escrever.


Um dia, é seduzida por um colega de classe e quase transa com ele. O garoto fotografa esse “quase“e publica no orkut, gabando-se. No dia seguinte a menina é perseguida na escola, como se a violência do colega já não fosse suficientemente ultrajante.


O episódio cai como uma cereja no bolo. Sentindo-se sozinha e rejeitada, apesar do carinho dos pais, Rachel arruma a mochila e vai se tornar garota de programa, numa tentativa de provar a si mesma que pode ser bonita e dona de si. E aí vale a reflexão sobre a posse de nosso corpo. Até que ponto Bruna Surfistinha é dona de si, e até que ponto não? Mulheres, reflitam!


Mas o contexto de Rachel Pacheco na adolescência pode parecer bobagem aos olhos de alguns. Quer dizer, não merece sensibilidade de ninguém, tem mais é que sofrer mesmo? O que justifica o riso diante de um “quase-estupro”?


Só porque foi fotografada fazendo sexo oral, sem permissão e colocaram foto na Internet vai virar puta? Estupra! Estupra!


Saiu de casa para uma faculdade de respeito usando um vestido curto demais? Estupra! Estupra!


Virou travesti e agora está com medo de pegar HIV? Estupra! Estupra!


Falando sério, para entender essa mentalidade talvez fosse preciso assistir ao filme de novo, bem escondidinha e com total silêncio. Ler o livro, conversar com a própria Rachel, com os doentes e gritadores, com sociólogos, fazer terapia, teses de mestrado, doutorado, pilates...



segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

SkatistAs na Raul Barbosa

Subindo e descendo rampas, executando manobras e vencendo obstáculos. Se em algum momento o skate foi considerado um esporte exclusivamente masculino, esse padrão vem perdendo força. Na Internet é possível encontrar vários blogs que tratam exclusivamente de mulheres que arrasam em cima de seus carrinhos. Vários vídeos mostram manobras realizadas com perfeição, e a mulherada vem marcando presença em campeonatos e nos espaços construídos para praticar o esporte. Na pista localizada na Avenida Raul Barbosa, por exemplo, a quantidade de meninas só aumenta.

Uma delas é Daniele Tamires, que tem 15 anos e anda de skate há apenas seis meses. Pode parecer pouco tempo, mas já foi suficiente para a skatista conquistar o segundo lugar num campeonato realizado em 2010.

“Ah, pra mim ta bom! Quer dizer, eu ando só por diversão, porque gosto, não é para concorrer em campeonato. Fiquei feliz com a minha colocação.” Mesmo que a intenção não seja competir profissionalmente, Daniele se animou com o resultado de sua primeira competição e pretende correr em todos os campeonatos deste ano. “Agora minha mãe está me apoiando e eu vou poder viajar para participar.”

Para ela não há nada que impeça uma mulher de se desenvolver no skate, mas admite que já sofreu discriminação por praticar o esporte. “Até mesmo não só por ser mulher, mas por ser skatista. Mas também tem gente que vem dizer que menina não pode andar, até o pessoal da família. Mas pra mim isso é só mais um obstáculo a ser derrubado.”

Maria Clara é outra menina que enfrenta o preconceito. Ela tem apenas 9 anos e anda de skate há 7 meses, quando os pais a matricularam numa escolinha. Apesar de ter bastante apoio da família, ela afirma que alguns amigos da escola não acham normal que ela pratique o esporte. “Eles vieram dizer que menina não pode andar de skate porque isso é coisa de menino. Mas para mim isso não existe, esse negócio de que tem coisa que é só para menina e coisa que é só para menino. Skate é para qualquer pessoa que queira.”

Da mesma forma que Clara não baixa a cabeça para o preconceito, também não tem medo de vencer os desafios. Ela conta uma das dificuldades que encontrou logo que começou a praticar. “Quando eu fui descer aquela pista alta ali, tipo dupla. Eu sempre saia de cima antes, não conseguia ficar no skate. Agora desço em todas as rampas.

O pai da menina é o marceneiro Cristian Pereira. Ele acompanha a filha quando ela quer ir ao pólo e observa de longe enquanto Clara treina as manobras. “Agora eu estou acostumado, mas antes ficava com o coração apertadinho. Ela caía, se machucava, chorava, mas não queria ir embora. Queria insistir até conseguir.” Ele afirma que dá apoio para a filha, e que desde cedo ela mostrou vontade de praticar esportes.

“Com três anos de idade ela pediu um quimono para praticar judô, depois quis andar de patins. Quando pediu o skate não fiquei surpreso. Matriculamos ela na escolinha e sempre que posso a trago. Eu dou todo o apoio, deixo ela bem à vontade”, afirma Cristian. Para ele, o apoio da família é importante e as meninas não devem ser impedidas de praticar.

Para as meninas que estão a fim de praticar o esporte mas têm medo, Daniele deixa o recado: “Ah, vem andar de skate! Vai mudar sua vida, é tão bom! Conhecer pessoas novas, lugares novos, quedas novas e novas cicatrizes.rs Mas é bom. Skate é muito bom.” E Clara reforça: “Skate é para os dois sexos. Quem tiver a fim de aprender é só praticar.”

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Novas paralizações dos ônibus em Fortaleza



E pela segunda vez este ano, medo de sair de casa e não ter como voltar. Terminais fechando, ônibus parando, o povo descendo no meio do caminho, os velhos impasses nas negociações... Problemão difícil de resolver.

Ou não?

sábado, 11 de setembro de 2010

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo... Será?


Desde que explodiu o escândalo do desaparecimento da Eliza Samúdio que meu estômago se revira a cada vez que o assunto é Bruno, Flamengo e companhia (talvez por isso o assunto não tenha aparecido por aqui antes). Quer dizer, menos em relação ao Pet, que ainda não caiu no meu conceito. Vê lá, hein Pet? Se você fizer alguma besteira em fico de luto. Você também, Júlio César. Se bem que no momento a pessoa que merece o luto é a Eliza. E o povo comentando que o Bruno tão jovem, com um futuro tão promissor, acabou com a própria vida com o crime. Hello? Antes de tudo, acabaram com OUTRA vida. A vítima na história é outra.

Pois bem. Para falar no meu desgosto em relação ao Flamengo, preciso desenterrar algumas coisas. Primeiro: Durante todo o primeiro semestre eu estive completamente envolvida com minha monografia, por isso acompanhei poucas notícias. Isso quer dizer que o fato de o Adriano ter se envolvido numa briga com a noiva passou completamente batido. Também passou batido a atrocidade que o imbecil do Bruno disse para defender o companheiro de farras: "Quem aí nunca saiu na mão com a mulher? Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher, xará!". Isso em pleno março, e no dia 8 se não me engano! Meu alarme feminista apitou tanto, mas tanto, que alguns machistas sentiram medinho.

Depois que soube do caso, a saída do Adriano não me pareceu uma má notícia. Mas o que aconteceu também me fez procurar notícias relacionadas ao Bruno e à Eliza (as últimas dizem que ela era atriz pornô. Tenho certeza que a partir disso tem gente dizendo que ela mereceu.), daí fiquei sabendo que ela já havia feito algumas denúncias contra o ex-goleiro e que ele também já havia realizado orgias e sido denunciado por prostitutas que haviam sofrido violência. Ai, ai. E pensar que eu já cheguei até a elogiá-lo por aqui, esta feminista desinformada que vos fala.

Então, Bruno é preso. E eu tentando me convencer que um só jogador não representa o time inteiro (mesmo que seja o capitão). Aí vem o Léo Moura, de quem eu sempre gostei, e diz numa coletiva que "lamenta muito não ter mais esse grande profissional ao nosso lado" (infelizmente não encontrei o link no You Tube).

Deixa eu ver se entendi. Você trabalha com uma pessoa que diz para o Brasil inteiro ouvir que acha natural que exista violência conjugal, xará. Aí a pessoa tem grandes chances de ser a principal culpada de um crime atroz contra a mãe de seu próprio filho (porque eu duvido que ele não seja pai do bebê, infelizmente). E aí você lamenta que não tem mais esse grande profissional ao seu lado????????? Tudo bem que ele tenha sido mandante de um assassinato com requintes de crueldade, o que faz falta mesmo é "profissionalismo". Gente, só um instante que eu vou ali vomitar.

Depois de tanta nojeira, eu ainda não consigo
assistir a um jogo do Flamengo. Até torci contra ele certa vez, mesmo não tendo visto o jogo. E olha que perdeu, pena que não foi de goleada. Fico tentando me convencer de que a linha do time é outra, mas porque tento me iludir? Esse povo do mundo milionário do futebol é movido a cifrões, não a amor pelo time. Tanto que o Bruno foi oficialmente desligado do Flamengo por ter quebrado contrato ao sujar a imagem dos patrocinadores. Não foi por respeito às torcedoras, às mulheres do Brasil ou mesmo pelo fato de a presidente do time ser uma mulher. Não, não. Foi por dinheiro mesmo. E diante de tantos comentários machstas, homofóbicos e violentos que os profissionais insistem em fazer, a CBF continua calada e a Sheryda não sabe se ainda vai querer uma camisa rubro-negra. Mesmo que do Pet.

Fora do tópico: Estou devendo escrever sobre a Feira de Adoção da APATA, que foi no último 28 de agosto e também sobre a viagem que fiz a Camocim no feriado. Os textos ainda não saíram por conta da gripe que me derrubou completamente (este texto sobre o Flamengo já estava pronto) e porque a caderneta onde anotei as coisas da feira ficaram na casa da minha mãe, onde não vou há alguns dias.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Feira de adoção da APATA, Raimunda na Fábrica


Atenção, atenção! Se você está se sentindo só e deseja um amiguinho para cuidar (bem) e amar (muito), eis a oportunidade:

No próximo sábado, 28 de agosto, a APATA CE realiza uma feira de adoção no Shopping Benfica. Quem estiver interessado em adotar um bichinho deve levar carteira de identidade (xerox e original) e comprovante de residência. No local a organização também estará recebendo doações de notas fiscais, ração, medicamentos ou outros itens que ajudem na manutenção dos animais.

Quem quiser disponibilizar animais para adoção, eles precisam ser cadastrados antes e estarem saudáveis, esterilizados, vacinados e vermifugados. Caso os animais não sejam adotados na feira, eles retornam para seus protetores pois a APATA está sem condições de acolher mais bichinhos. Para maiores informações, inclusive a respeito de esterilização e também para o cadastro, entrar em contato com Flávia no telefone 9981.5766.

E falando em bichinhos e em adoção, olha só quem chegou por aqui na semana passada e está super linda! A Raimunda! Ela estava muito tímida no começo, toda chorona e medrosa, mas agora que está se acostumando ao ambiente e a cirurgia de esterilização está sarando, dá pulinhos e brinca bastante. Tive que prendê-la para ela não rolar na areia e machucar o lugar da operação, só para vocês terem idéia. Toda-toda! Tomara que o povo desista de mudar o nome dela...

E abaixo, as fotinhas de chegada da fofa! :)


Chegando ao novo lar...
Reconhecendo o ambiente...
De novo...

Descansando para sarar bem direitinho...


terça-feira, 24 de agosto de 2010

Beijo gay passa na Tv brasileira... e em todos os canais ao mesmo tempo!

Fiquei sabendo que o Psol exibiu em sua propaganda eleitoral de São Paulo o "primeiro beijo gay da TV aberta". Ponho entre aspas porque parece que outros beijos já foram exibidos, na verdade. Tipo no Big Brother Brasil perece que o povo já deu uns selinhos de brincadeira (isso é beijo gay?), e em algum programa da RedeTV, por exemplo. Ou mesmo no filme "O segredo de Brokeback Mountain", que já foi exibido pela Rede Globo. Mas acho que a idéia de "o primeiro beijo gay na Tv aberta" é mais por conta das polêmicas que acontecem toda vez que tem um casal de gays ou lésbicas em alguma telenovela. Parece o famoso "quem matou...", uma expectativa enorme por conta de um simples beijo, enquanto cenas de sexo e milhares de beijos heterossexuais são exibidos cotidianamente na programação brasileira. Já entre LGBTT não pode existir beijos, pois nossa sociedade careta e homofóbica acha que isso é imoral, mas tudo bem a imagem ridicularizada que os programas de humor constroem em torno dessas populações. Francamente, ô atraso.

E abaixo, a campanha do Psol. É bom deixar claro que não se trata de propaganda eleitoral por parte deste blog (embora talvez o efeito seja inevitável), mas se eu coloquei por aqui até o link da campanha hilária do Tiririca, não tem porque não mostrar o beijo lindo do casal de homossexuais, né? E é lindinho mesmo, um beijo mordido, gostoso e fofo. E rápido, muito rápido. Aliás, rápido mas suficiente para chocar e fazer tremer nas bases esse povo que não é preconceituoso não, imagina.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Boas notícias!

Conversei com Flávia da A Pata CE e a querida #CadelaRaimunda está bem. Ela fez um hemograma e está tudo certo (acho que a injeção contra carrapatos ajudou). Já foi esterilizada, vai tomar vacinas e vermífugos ainda esta semana. Provavelmente a Flávia vai deixar ela na Fábrica na quarta-feira. Aliás, em nome da Fábrica de Imagens, de todos os protetores de animais, e claro, da Raimunda, quero agradecer à A Pata CE pelo apoio veterinário. Thanks!
Um esclarecimento: a Andreia, de SP, que ajudou na articulação via Twitter não tem nenhuma amiga na Imobiliária do Mal. A pessoa com quem ela conversou é apenas um contato, não uma amiga.
Outra informação: O Ítalo Arruda, vocalista da banda The Fly, disse que não há nem nunca houve um integrante no grupo que se chamasse Toni (o desalmado que abandonou a cachorrinha).
E agora eu quero lançar por aqui duas campanhas:
A primeira é tipo "Ajude a Raimunda". Quem puder nos dar uma mão com um pouquinho de ração para cachorro, jornais, paninhos velhos para fazer caminhas, brinquedinhos de cachorro, vasilhas, essas coisas, nós da Fábrica agradecemos. Acho que a prioridade agora é aquele kit inicial do novo pet, né? Tipo Plasil infantil, anti-tóxico para emergências, seringas descartáveis, Rifocina para passar nos pontos da cirurgia e shampoo para cachorro do tipo neutro. O endereço da Fábrica você encontra no site da Instituição. Qualquer dúvida, fala aí nos comentários. Aliás, priorize outros grupos que abrigam milhares de animais, afinal a gente vai fazer vaquinha para ajudar só um, né? Mesmo assim, quem puder nos ajudar a gente agradece.
A segunda campanha é tipo "Não deixe a Raimunda mudar de nome". Gente, alguns colegas da Fábrica querem que a bichinha deixe de se chamar Raimunda e mude o nome para "Fabrí"! Como assim? Como o resgate da cadelinha teve apoio internético, acho que vocês tem direito a opinião. A minha é que Raimunda é um nome muito simpático, eu não vou conseguir chamá-la de outro jeito e acho que uma mudança agora vai causar uma crise de identidade na bichinha. Por favor, me ajudem a convencer meus colegas a não mudarem o nome dela! É sério, eu tô perdendo feio na votação!


No mais, eu estou com muita saudade da cadelinha! Até sonhei com ela! E quem tiver interesse em conhecê-la fique à vontade para uma visita lá pela Fábrica. É só dar uma ligada.