quarta-feira, 25 de novembro de 2009

25 de novembro: Não à violência contra as mulheres!

Hoje é o dia de luta contra a violência contra as mulheres. Estou virada porque passei a madrugada acampada na Praça da Gentilândia em Vigília junto com outras feministas e pessoas de outros movimentos também, inclusive homens. Hoje pela manhã, o grupo saiu em passeata por cada um dos locais que as mulheres que sofrem violência passam: A Delegacia da Mulher, o Centro de Referência da Mulher e o Juizado.
O objetivo é chamar a atenção da sociedade para a melhora nas estruturas de atendimento e também exigir a total implementação da Lei Maria da Penha. Só pude ficar para a Vigília, porque tinha estágio na Faculdade à tarde (não remunerado, só para cumprir carga horária) e tive medo de ficar derrubada demais. Se bem que eu cochilei umas duas horas e não consegui dormir mais. E agora tô meio cansadinha.

Durante a madrugada tivemos atrações culturais, palavras de ordem (ou melhor, desordem), minha linda e amada amiga Lila mandando ver no Funk da Solução, exibição de filmes interessantes com debates, etc. Gostei muito. Teve até um idiota que resolveu bater numa mulher na mesma praça em que a manifestação estava acontecendo! Juro! Eu sei, parece coisa de suicida! Mas ao contrário do que algumas pessoas pensam das feministas, não, o cara não foi linchado. Ele foi preso (tinha polícia por perto) com as feministas tudo atrás gritando palavras de ordem. E foram ao menos duas testemunhas fazer a denúncia junto com a vítima e agora estão aguardando audiência pública. Mas não sei se o cara permaneceu preso. Tomara que sim, mas creio que não.

Aqui os links de ótimos artigos escritos por colegas feministas e que foram publicados num jornal local ontem. Uma das raras vezes em que o feminismo aparece na imprensa. E achei todos ótimos, morta de orgulhosa porque conheço três das quatro autoras.

http://opovo.uol.com.br/opovo/opiniao/931055.html/t_blank
http://opovo.uol.com.br/opovo/opiniao/931058.html/t_blank
http://opovo.uol.com.br/opovo/opiniao/931059.html/t_blank
http://opovo.uol.com.br/opovo/opiniao/931061.html/t_blank

Eu estou representando um enorme nada dentro do movimento ultimamente. Isso por várias razões, inclusive crises existenciais, políticas e profissionais. Não participei da organização da Vigília e da passeata, deixei de ir para a Conferência por causa de um trabalho (que depois eu conto como foi), faz séculos que não participo de nenhuma reunião do grupo... Enfim. Nem sei se ainda sou parte dele.

Mas feminista eu ainda sou, com certeza. E não creio que deixe de ser um dia. Não dá para fechar os olhos de novo. Minha atuação tem sido no cotidiano, através de pequenos embates que já estão me deixando enjoada. "feministas querem ser iguais aos homens", "mulheres são delicadas por natureza", "o machismo é culpa das mulheres porque são elas quem criam os filhos assim", "o feminismo é mais machista que o próprio machismo", "coitado do seu namorado", etc, etc.

Sinceramente, não agüento mais ouvir essas besteiras, principalmente porque quase todo mundo que não conhece o feminismo e vem me perguntar do que se trata tem posicionamentos extremamente preconceituosos e não me deixa falar. Perguntam mas não querem resposta. O tipo de gente que não é racista e acha gente "morena" até bem bonita. Quando o povo me pergunta o que é feminismo dá vontade até de mandar procurar no Google, sem brincadeira. Ou ler o meu e outros blogs feministas. Porque aí se o indivíduo estiver realmente interessado ele lê e não interrompe a pessoa que está "falando". No máximo banca o troll (como diz a Lola) nos comentários. Mas o ruim dessa quebra é que o diálogo é necessário, e se fosse fácil essa luta não seria tão longa. Mas como certas coisas irritam...

Nenhum comentário: