quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação + Sher não quer ser boi (ou melhor, vaca)

Imagem tirada do blog do Encontro

Nem vou me desculpar pela desatualização dessa vez (rs). Mas vou me justificar. Durante toda a semana passada participei do 30º Enecom (Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação) e gostei muito. Bem, confesso que não gostei taanto como achei que gostaria, mas ainda assim foi muito bom. Dentre as melhores coisas posso destacar a visita a uma comunidade quilombola meio-perto-meio-longe de Fortaleza e ter assistido Transamérica (de novo) e Stonewall com debate em seguida. Se bem que o que era para ser “gênero e identidade sexual na mídia”, virou direitos “LGBTT e luta feminista” (e eu tive um pouco de culpa nisso). Dentre as atividades, não posso deixar de comentar o quanto as festas foram massa. Ótimo rever pessoas queridas e curtir música boa (tirando um dia lá que tinham uns CD’s meio sinistros rolando).

Agora assim, uma coisa muuuito chata que aconteceu por lá foi pessoas ligadas ao Sindjorce (Sindicato dos Jornalistas do Ceará) terem aparecido de última hora no dia em que os estudantes estavam se preparando para um ato pró-Conferência de Comunicação. O Sindicato queria "aproveitar" (essa foi a palavra usada) para incluir na pauta do ato a luta pela obrigatoriedade do diploma, sendo que isso não era consenso entre os estudantes no encontro e também não havia sido discutido. Houve muitos protestos (eu fui uma que fiquei indignada) pois um ato não pode ser realizado dessa forma. As pautas que estão colocadas numa manifestação precisam ser construídas coletivamente com o grupo envolvido, para que as pessoas não saiam por aí levantando bandeiras que desconhecem, para que elas não sejam manipuladas nem levadas feito boi.

Eu mesma não fui à manifestação não só por ainda não ter opinião formada sobre o diploma, mas também porque achei muito feia a intervenção do Sindicato. Desrespeitosa mesmo. Parece que alguém pensou “olha lá um bando de estudantes se reunindo para uma passeata! A gente dá um monte de camisas, faixas e cartazes para eles e pronto!” Eu sabia que minha imagem poderia ser usada inclusive para legitimar uma luta da qual não participo.

E a cereja do bolo nessa história foi a matéria que saiu no site do sindicato falando sobre o ato. Uma matéria muito esquisita, que manipula e maqueia (ou maquia?) informações. Desmerece a pauta inicial que havia sido construída, não informa que a posição da Enecos (Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação) não defende a obrigatoriedade e que a mesma pediu que o Sindicato retirasse a proposta de pauta no ato. Além disso, também dá a entender que uma grande maioria dos encontristas aderiu à manifestação-dentro-da-manifestação. Quando eles dizem “Dezenas de estudantes de Jornalismo de todo o Brasil” escondem que A GRANDE MAIORIA DOS ENCONTRISTAS REPUDIOU A ATITUDE DO SINDICATO. Ou seja, quantas dezenas em meio a 300 pessoas representam grande apoio? Esse recurso de deixar números meio abstratos pode servir para dar impressões erradas numa notícia e isso é antiético (aprendi isso na faculdade, viu?). Soube que estudantes do país inteiro estão muito revoltados com o que houve o que não é pra menos.

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