terça-feira, 15 de março de 2011

Crítica de filme e de público - Bruna Surfistinha

Uau! Que post enorme!


Há alguns dias comentei por aqui que assisti ao filme “Bruna Surfistinha” e gostei. Pois bem, dias depois do ocorrido, tentarei lembrar porque gostei tanto do filme apesar de tê-lo visto numa sessão terrivelmente barulhenta.


Em primeiro lugar, o filme me interessou por ser baseado num blog que virou livro. Não que existam reais pretensões em ver este bloguinho em prateleiras da Saraiva. É que me fascina a idéia de que pessoas comuns, dos mais variados tipos tenham idéias incríveis e escrevam bem ao ponto de serem publicadas. Acho isso muito legal, ainda mais no contexto brasileiro, que tem uma média de leitura tão baixa.


Em segundo lugar, o filme fala da trajetória de Rachel Pacheco, que aos 16 anos resolveu se tornar garota de programa. Outro tema que me interessa: prostituição.


Lembro da época em que o livro de Rachel, chamado “O doce veneno do escorpião” se tornou muito popular, justamente por ser polêmico. Eu nunca o li, numa tendência um tanto preconceituosa de recusar quase tudo que fosse pop e aparentemente instantâneo (pois é, mudei um pouco e hoje em dia leio até biografia da Lady Gaga. Brincadeira.) Outra razão para me afastar foi o filme pornô de Bruna Surfistinha, que foi lançado na época. Mas ainda tenho curiosidade em ler “O doce veneno…”, e vou esperar até que a onda do filme passe um pouco. O livro deve estar caro no momento.


Mas vamos ao filme. Roteiro muito bem amarrado, fotografia bacana, trilha sonora muito boa. Prostituta viciada em cocaína, abandonada pelos amigos, com saudade da família, triste e na chuva? Toca Radiohead!


Outra coisa: a versatilidade da Deborah Secco. Não em relação à atuação, que eu acho que ela sempre interpreta a mesma coisa, mas à idade. Tantos anos depois e ela ainda consegue parecer a molequinha de Confissões de Adolescente (saudade!) numa cena e virar um mulherão em outra. Há momentos em que ela está numa sala de aula com outros adolescentes e realmente consegue se misturar. Lembra do Murilo Benício interpretando seu clone adolescente? Não era daquele jeito.


Já as cenas de sexo ficaram muito bonitas. Elas são vulgares e divertidas (algumas), mas ao mesmo tempo não são pornográficas, entende? É que é a história de uma prostituta que trabalha num “privê” barato, com clientes dos mais variados tipos e taras. Tinha que ter uma crueza. Mas foram feitas com inteligência e bom gosto, sem parecer tanto com pornochanchada. Mesmo a cena em que Bruna realiza a fantasia de um cliente e urina sobre ele foi feita de forma inteligente e interessante. Talvez aí eu deva um elogio à atuação de Deborah, que parece ter pesquisado muito e dado a devida importância e respeito ao papel.


E mesmo não sendo pornográficas, as cenas ainda causam gritos de euforia nos taradinhos de plantão, e olha que nem todas as cenas de sexo são passíveis de riso. Algumas são violentas, constrangedoras. Alguns colegas de sessão chegavam a “torcer”em algumas partes. Só não me pergunte pra quem torciam. Mesmo em cenas que não eram de sexo, mas eram bastante dramáticas houve que risse e gritasse. Haja paciência.


O primeiro programa que Bruna faz é sofrido, doloroso. Ela só não chora para provar a si mesma que não é criança e que não voltará correndo pra casa. Mas me deu vontade de chorar. Deu nojo também. E me deu muita vontade de sair gritando dentro do cinema com todos aqueles idiotas que faziam piadinhas.


Por que o sofrimento de Rachel Pacheco merece ser banalizado? Talvez porque ela não tenha se tornado Bruna Surfistinha por razões financeiras. Rachel foi adotada por uma família de classe média alta e vivia em condições mais que razoáveis. Estudava em bom colégio e era amada pelos pais adotivos. O que mais uma menina sem família poderia sonhar?


Porém, de acordo com o filme, Rachel se sentia feia, perdida e sem identidade. Sofria bullying na escola e era humilhada pelo irmão mais velho. Uma característica: amava ler e escrever.


Um dia, é seduzida por um colega de classe e quase transa com ele. O garoto fotografa esse “quase“e publica no orkut, gabando-se. No dia seguinte a menina é perseguida na escola, como se a violência do colega já não fosse suficientemente ultrajante.


O episódio cai como uma cereja no bolo. Sentindo-se sozinha e rejeitada, apesar do carinho dos pais, Rachel arruma a mochila e vai se tornar garota de programa, numa tentativa de provar a si mesma que pode ser bonita e dona de si. E aí vale a reflexão sobre a posse de nosso corpo. Até que ponto Bruna Surfistinha é dona de si, e até que ponto não? Mulheres, reflitam!


Mas o contexto de Rachel Pacheco na adolescência pode parecer bobagem aos olhos de alguns. Quer dizer, não merece sensibilidade de ninguém, tem mais é que sofrer mesmo? O que justifica o riso diante de um “quase-estupro”?


Só porque foi fotografada fazendo sexo oral, sem permissão e colocaram foto na Internet vai virar puta? Estupra! Estupra!


Saiu de casa para uma faculdade de respeito usando um vestido curto demais? Estupra! Estupra!


Virou travesti e agora está com medo de pegar HIV? Estupra! Estupra!


Falando sério, para entender essa mentalidade talvez fosse preciso assistir ao filme de novo, bem escondidinha e com total silêncio. Ler o livro, conversar com a própria Rachel, com os doentes e gritadores, com sociólogos, fazer terapia, teses de mestrado, doutorado, pilates...



16 comentários:

Candice Machado. disse...

Não gostei do filme, mas gostei das suas colocações. Poderia dizer que você conseguiu tirar água de padra! heheheh... Gostei muito mais do seu texto e das suas reflexões do que do filme em si.Pra mim, Bruna Surfistinha não chegou a provocar sentimento. Não consegui sentir essa jornada interna que a personagem passa... Apesar disso estar claro esticamente, a idéia não pulou para o plano do sentimento. Alguns pontos são louváveis mesmo, como a cena do primeiro programa dela, a trilha e a atuação da Debora Secco - não a interpretação, como vc falou, tb acho que ela faz o mesmo de sempre, mas nesse caso funcionou muito bem! E fez cenas muito difíceis. Bom, parabéns pelo texto, espero ler mais viagens suas! :***

Sheryda Lopes disse...

Obrigada, Candice! É um prazer te receber por aqui!

Acho que muito do que gostei do filme tem a ver com a intensidade da história, não do filme em si. Mas veria de novo, com mais calma.

Bjões!

Rebeca disse...

Diferente da Candice, em mim provocou muitos sentimentos. Fiquei com nojo de quase todas as cenas e fiquei pensando o tempo todo:"transar com qualquer tipo de homem alto, baixo, bonito, feio, gordo, magro não é pra qualquer um aguentar."
No filme ainda não tinha ficado claro pra mim porque ela havia decidido ser garota de programa e porque, desde os primeiros minutos de filme, mesmo antes da cena da foto no orkut, a Rachel já tava com fama de puta, boqueteira e etc.
No mais eu gostei muito do filme, até mesmo porque eu simpatizo com a própria Rachel Pacheco. E como a posição de garota de programa é mais do que banalizada,ninguém leva GP a sério. Pensam que é tudo uma grande putaria, em todos os sentidos do termo. Beiiijo, Sheryda!

Santi disse...

Sinceramente, o filme é uma porcaria, mostra uma garota burra que sem motivo aparente resolve se tornar puta, não tem afeto algum pela familia e além de tudo rouba a própria mãe (adotiva). Mas pra frente se torna uma drogada que não dá valor nas amizades que conquistou. O filme mostra muitas cenas fortes de sexo diferente do que a SherViajando escreveu, são cenas totalmente pornográficas, mesmo que nao mostre a penetração, mas que qualquer pessoa normal sentiria vergonha em assistir na sala ao lado de toda familia. Mensagem que o filme tenta passar: "Se prostituir, se drogar e roubar é legal, valorizar familia e amizade é careta!"

Deprimente, perdi meu tempo e dinheiro assistindo esse lixo.

Sheryda Lopes disse...

Rebeca,
obrigada por comentar! Também tive várias sensações durante o filme. Isso eu considerei uma ponto positivo, me passou sentimento mesmo com aquela bagunça na sessão. E sentimentos variados, tipo revolta, tristeza, nojo, ternura, vontade de rir... (vontade de rir é um sentimento?).

Shanti,
Muito obrigada por visitar e comentar o post. Só esclarecendo, meu nome é Sheryda. O nome do blog é que é Sherviajando.

Bem, claramente discordamos a respeito do filme. Em primeiro lugar, não creio que Rachel fosse burra, até porque uma das primeiras cenas a mostra lendo um texto em sala de aula. Uma maneira de passar que ela tinha propensão para ser escritora, gostava de ler e tinha profundidade. Quando vc coloca que ela se torna puta "sem motivo aparente", eu acho que exatamente isso que o filme quer mostrar. Que talvez passar fome e ser sequestrada não sejam as únicas razões para uma mulher entrar na prostituição. No caso da Rachel, ela claramente não era feliz. Se sentia deslocada (talvez por ser adotada?), sofria bullying e ainda tinha a autoestima muito baixa. Acho que compreeender as razões dela exige um olhar mais amplo. O que o filme fez foi não julgá-la.

Não acho que as cenas sejam totalmente pornográficas. Pelo menos esteticamente eu não considerei assim. Agora, é história de uma prostituta, né? Baseada num diário em que ela detalhava as transas sem nenhum pudor. Vamos combinar que não é exatamente um filme de Sessão da Tarde. Dependendo da família, pode realmente não ser uma boa idéia ver todo mundo junto.

Agora, francamente, tem que ser muito moralista para ficar chocado demais ou ofendido com cenas de sexo. Nesse caso, a pessoa tinha ter bom senso e ter ido assistir outro filme. "Enrolados", talvez.

Não entendo de onde você tirou que o filme faz apologia a drogas, roubo e prostituição. Em todo o momento as personagens falam em sair desse mundo. Inclusive a Bruna, que entrou na vida "voluntariamente", estabelece uma meta p deixar a vida "fácil". A trajetória dela é autodestrutiva, a mulher quase morre sozinha num lugar sujo, fora que ela sente sim, saudade da família. Eu pelo menos não me senti nem um pouco tentada a entrar nessa.

Um abraço pra você. :)

Widmara Sá disse...

Adooorei o filme, li o livro tambem, e adoorei suas reflexoes!Espera mais do filme, mais foi um filme muito interessante, pude tirar muitos significados dele.
Parabens !

Sheryda Lopes disse...

Widmara,

Que inveja de vc, que leu o livro! Quero muito ler tb. Grata pelo comentário, viu? Volte por aqui. :)

Bjos.

Ronald Luis disse...

Menina, vc sim é uma excelente crítica de cinema! Gosto de deixar minhas impressões sobre os filmes que vejo em meu blog, mas vc neste post fez um belíssimo comentário, tudo muito bem colocado, inclusive com fotos, o que deixa o post mais agradável de se ler...

Bacana essa nossa identificação, blogueiros que postam comentários sobre os filmes que assistem...

Tu já viu Cisne Negro? Adoraria ler um comentário seu sobre essa obra prima! Vou ver se encontro em seu blog!

Qualquer dia desses marcamos uma sessão! Torcendo para pegarmos um público bacana na sala... Tu precisa ver um filme num cinema de arte no Rio de Janeiro... É fantástico... Veja um breve relato aqui [http://renovoblog.blogspot.com/2011/03/filme-em-um-mundo-melhor.html]

Um forte abraço! E um prazer trocar idéias com vc!

Sheryda Lopes disse...

Ronald, muito obrigada pelos elogios! É bacana sim essa identificação nossa. Inclusive já assisti Cisne Negro e escrevi rapidamente sobre ele: http://sherviajando.blogspot.com/2011/02/3-anos-de-namoro-cisne-negro.html

Vou dar uma olhada no link que vc passou e conferir essa novidade. E claro, esperar que o filme chegue aqui no Ceará.

Outro forte abraço e muito obrigada pela visita e pelo comentário! :) Quem sabe não rola uma sessão de cinema com outros blogueiros cearense, né?

Fábio Marcílio disse...

oi Sheryda minha querida mais que amada e que saudades de ti. Não consegui ler todos os coments daqui prq meu tempo em net tá reduzido. deu pra ler os tres primeiros e o último. Tu pode baixar em UM MUNDO MELHOR no site Filme com Legenda. A qualidade é ótima. Foi lá tmbm que eu baixei o Bruna Surfistinha.. Assim como o Livro, que li há uns 4 anos, acho, num queria pagar por isso. Primeiro prq o filme já nasceu como blockbuster e eu nem sei se ele tá sendo tão visto assim. Mas é um filme feito pra ganhar grana. ao contrário da maioria, acho que a trilha sonora é em sua maioria apelativa. tenta puxar a emoção que poderia ser tirada em imagens e outras sensações. Mas o filme me surpreendeu em vários pontos sim. e principalmente pela sequencia final. durante todo o filme, concordando ou não com o que aquela menina tava fazendo, e isso se baseando numa cultura machista-moralista e filha da puta que a maioria de nós tem, sim, essa menina, que vai se transformando na tela, e digo que muito mais pelo sexo que por outra coisa, o que de fato foi o que fez aquela menina crescer, ela fica pedindo respeito. não lembro sinceramente de ouvi-la dizendo que gostava de fazer programa. Mas vi uma criatura que tentava gerenciar sua vida da maneira que lhe apareceu naquele momento.a contraposição é a de que essa menina, mesmo com o filme não mostrando os reais motivos de sua saída de casa, vira um empresária..e nesse ponto eu não sei se de si mesma..mas enfim. tem os furos. e eu acho que dá pra fazer um filme de prostituta sem necessariamente cenas de sexo. mas isso não quer dizer que as cenas são fortes não. acho que o público é que anda fraco pras cenas..fui grosso? desculpa. No final, é ainda um filme que foi feito praquele público que tu viu no cinema rindo e tarará, pagar pelo voierismo barato e depois pagar de santo. eu posso ver o filme de uma maneira diferente, tu pode ver de uma maneira diferente. mas o filme talvez procure um publico generalizado. tanto que provocou essas reações que tu relatou. teria como evitá-las? sim. mas cinema é escolha. e se determinadas cenas foram escolhidas e não surtiram efeito 'esperado' então não funcionou. Não é um filme descartável. Mas tem cenas descartáveis e eu nem me refiro às de sexo.

grande beijo

Sheryda Lopes disse...

Antes de mais nada, tb morro de saudades de ti. Que delícia te receber no meu bloguinho!!

Apesar de eu ter gostado do filme, concordo com os pontos que vc colocou, Fábio. Me tocou bastante e tal, mas realmente ultimamente a indústria cinematográfica tem nos pregado essas peças, de já vender um filme como sucesso de bilheteria antes mesmo da estréia. Não é a toa que muitas vezes é sucesso de bilheteria, mas fracasso de crítica.

Provavelmente uma produção que levou muito em conta arrastar os voyers baratos p o cinema, e a escolha da Deborah Secco me diz muito isso, desculpe Deborah. Mas senti uma essência a mais e não me arrependi por ter ido. Até iria de novo, sem os voyers baratos.

Um beijão!

Anônimo disse...

Nossa, achei que o filme faz sim apologia à prostituição. Passa que a única coisa que fez com que Rachel não enriquecesse e vivesse uma vida glamourosa foi o fato de ela ter se envolvido com drogas.
Espero que nem toda adolescente que tiver uma crise de auto-estima furte a família e se prostitua...
Além do mais, não acho lindo ficar idolatrando uma pessoa totalmente sem caráter, que não deu valor à família que a acolheu e aos amigos que fez, uma pessoa que não foi vítima de nada (quem nunca sofreu bullying na escola, quem nunca foi difamada por alguém, quem nunca se achou feia?).
Mas o mais gritante, o mais assustador, foi uma garota feia como ela ser interpretada pela Déborah Secco...

Sheryda Lopes disse...

Oi, Anônimo! Obrigada por visitar meu blog!

Discordo de vc em várias coisas e algumas delas já estão argumentadas no meu texto. Já outras não, então, vamos lá:

Começo concordando com você: também espero que nem toda adolescente que sofra bullying e tenha baixa auto estima caia na prostituição. Mas eu reformularia a sua questão:"quem nunca sofreu bullying na escola, quem nunca foi difamada por alguém, quem nunca se achou feia... E VIROU PROSTITUTA?" Creio que existe um distanciamento muito grande das pessoas em torno desse assunto, e isso as impede de compreender as razões desse fenômeno tão antigo.Sempre vemos o assunto da ótica do "nem por isso fulano virou prostituta, nem por isso fulano usa drogas". O que o filme fez uma ótica inversa, dizendo "que nem por isso a pessoa NÃO vira prostituta".

Não sei se vc estava falando do meu post ou do filme, mas creio que nenhum dos dois endeusa ninguém. Deuses são "perfeitos", não sentem raiva, não erram (pelo menos é o que falam sobre eles). O que o filme mostrou, na minha opinião, foi uma personagem extremamente humana, ansiosa por se descobrir e experimentar o carnal da forma mais crua. Concordar ou não com tais atitudes é outra história.

Obrigada por sua visita!

Anônimo disse...

acho que se não teve penetração, onde foi parar o penis dos caras, pois estavam esfregando na xoxota
da debora o tempo todo, inclusive tem umas estocadas por tras que não tem como não ter contato penis c/ xotota...

Anônimo disse...

Na verdade o Roger marido da debora é um corno pq ela sentiu varios pintos esfregando nela, impossivel não ter sentido uns pintos duros na bunda e na xana durante as cenas de sexo...

Anônimo disse...

Vi o filme e logo em seguida li o livro, e digo q os 2 me decepcionaram!
1- No filme aparece q ela tem 1 irmão e no livro ela diz q tem 2 irmãs
2-No livro disse q fez o blog a principio p/ desabafar e sair da depressão,mentira, pq no livro mesmo ela coloca um trecho de seu blog e é só histórias picantes, coisa p/ atrair mais clientes mesmo!
3- No livro ela disse q manteria seu blog, procurei e não achei!
4- Sou garota de programa tbém, e fiquei indignada q ela dá mais enfase as drogas, sendo q nesse mundo lidamos com muito mais q drogas!
5-No livro dela ela se considera profissional por não divulgar nomes e nem ter feito chantagens com clientes, porém não pensou em ser profissional em se envolver de vdd com homem casado e expor a família dele em rede nacional!
Sinceramente,ela tá longe de ter sido profissional e só fez é com q nós q temos essa profissão sejamos mais ainda discriminadas!

Zíngara Maga