Mostrando postagens com marcador Vegetarianismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Vegetarianismo. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Coletores menstruais




Bem, o assunto é muito íntimo: menstruação. Quem tiver estômago frágil, aconselho a sair deste post sangrento imediatamente. Já se você é mulher e se importa com o meio ambiente, fique. Se você é homem e conhece alguma mulher que sofre com absorventes comuns, talvez queira compartilhar essa informação com ela.

A minha menstruação sempre foi razão de tormento pra mim. Desde os meus 10 anos, que foi quando menstruei pela primeira vez, ela me causou uma cólica absurda, que todos os meses me deixou de cama pelo menos um dia. E não era só a dor: junte a isso frio, dormência nas pernas e pressão baixa. É, eu sei. Muito Tarantino. Indo ao ginecologista todos os anos, só o que eles me passavam era analgésicos, nada que prevenisse a dor.

Alguns anos após a adolescência, a cólica ainda me ataca, só que bem mais leve. Mas um problema continua: alergia a absorventes comuns.

E aí que em 2011, resolvi fazer algo de diferente. A Carolys, minha colega de trabalho gavetteira e vegetariana me apresentou os coletores menstruais. São copinhos de silicone que se encaixam dentro da vagina, mais ou menos da mesma forma que os absorventes internos, aparando o sangue menstrual. Só que com eles, o sangue não fica em contato com nosso corpo, ao contrário dos absorventes comuns.

Outra diferença é que eles podem ser usados por até 12 horas seguidas, e segundo a Carolys, você o esquece completamente, pois são super confortáveis.

E o que o meio ambiente tem a ver com isso? Pois é, esse copinho não é descartável. Lavando-o com sabonete antisséptico e escaldando, pode usar de novo. E pasmem: se for bem conservado, ele pode durar por até 10 anos! Imagine a economia e a quantidade de absorventes que deixamos de jogar no lixo. É muita coisa.

Recentemente eu pedi o meu pelo site Guia Vegano, e custou 60 reais + frete. Nesse site você encontra muitas coisas que prometem ajudar o meio ambiente. A entrega pelos Correios atrasou um pouco, mas o responsável do Guia Vegano foi muito simpático, me ajudando e conversando diretamente comigo através do GTalk. Segundo ele, se demorasse mais eles enviariam outro copinho.

Ele vem com instruções de uso e uma sacolinha fofa, de tecido. Nas instruções há conselhos para que se escalde o objeto sempre, por isso comprei um papeirinho só para isso. Mas de acordo com a Carolys, se precisar esvaziar no dia a dia, lavar com sabonete antisséptico é suficiente. Nas instruções também diz que não se deve guardar o copinho em potinhos fechados hermeticamente, somente em bolsinhas de tecido ou necessaries mais ventiladas.

A bolsinha bonitinha que veio com ele.

Esse compridinho não é um canudo, rs, é como se fosse o cordãozinho do absorvente interno, mas você corta e deixa do tamanho que achar melhor. Para tirar, a paradinha para puxar nem é o mais importante, e sim uma forcinha mesmo. Não tem cordãozinho do lado de fora, ao contrário dos absorventes internos.

O material é maleável, daí uma das formas de colocar é dobrar ele desse jeito. Depois ele vai abrir, encaixando como se fosse um desentupidor de pia.


Eu ainda não testei o meu, mas segundo a Carolys, que tem o dela há vários anos, não tem nem comparação com os absorventes comuns. Além de confortável, dá para dormir sem calcinha, praticar esportes e além disso, evita infecções brabas que você pode adquirir se utilizar o absorvente durante muito tempo. E ela tem amigas que usam também, então acho que foi uma boa compra. Para quem interessar, #ficadica.

E eu prometo não fazer piadinhas etílicas sobre bloods mary’s.


domingo, 10 de julho de 2011

Como evitar a retenção de líquidos


Na corrida por uma alimentação mais saudável, é comum que os resultados esperados estejam diretamente ligados ao desejo de reduzir peso e medidas. Mas pode acontecer de mesmo tomando cuidado, a pessoa sentir que está acima do peso. Isso pode ser conseqüência da retenção de líquidos no organismo, que causa inchaço e cansaço, além de outros sintomas.

Conversei com a nutricionista Marcela Sansone, CRN3: 25538, que é dona do blog Nutrição Holística. Ela esclareceu algumas dúvidas e deixou ótimas dicas para evitar o problema.

Sherviajando: Então, que alimentos podem ajudar a evitar a retenção de líquidos?

Marcela: Então, pra retenção, a primeira coisa seria reduzir o sal! Sempre!

O ideal é a utilização do Sal Marinho, 5g por dia.

Sherviajando: Os alimentos embutidos, como presunto, por exemplo, pioram a retenção por causa do alto teor de sal?

Marcela: Sim, exatamente! Além do sal, eles contém muitos aditivos químicos, que pioram o funcionamento do corpo, fazendo com que a circulação sanguínea não flua como deveria! Outra dica boa são os alimentos ricos em potássio! Como a banana, por exemplo.

Sherviajando: É importante consumir bastante alimentos ricos em potássio?

Marcela: Sim, pois eles ajudam a diminuir a pressão, melhorando o fluxo sanguíneo!

Funcionam como "dilatadores" dos vasos sanguíneos.

Sherviajando: Além da banana, que outros alimentos são ricos em potássio?

Marcela: Hum, me deixe pensar... Todos os alimentos integrais, tudo que for integral tem maior concentração de potássio. Também alimentos oleaginosos, como as nozes e as frutas secas, como o damasco. Mas é necessário ver a individualidade bioquímica de cada um, pois existem algumas pessoas que podem apresentar alguma intolerância, ou alergia às nozes e ao damasco. Ah legal salientar que, o damasco sempre é boa opção contra a retenção, pois é diurético também!

Sherviajando: Então a dica é procurar sempre um nutricionista?

Marcela: Sim, sempre!!! Ou um médico. É sempre importante apertar essa tecla! Dicas são sempre válidas, mas é imprescindível entender como cada individuo responde à ingestão de determinado alimento. Afinal, cada pessoa é única!!!

Sherviajando: O abacaxi também é diurético?

Marcela: Sim! o abacaxi, o melão, semente de abóbora, damasco e chá verde, ah e a melancia também! Salsinha e Nabo!!

Sherviajando: Pela lógica, a retenção de líquidos significa água demais no organismo. Por que mesmo assim é preciso tomar muita água e evitar a desidratação?

Marcela: Hum, boa pergunta! Na verdade essa é uma dúvida bem comum! Vamos la! A água funciona como uma "vassoura". Conforme ela entra no organismo, ela vai diluindo e retirando o acumulo de líquidos do tecidos,. Desta forma, para que aja um reajuste e essa diluição não ocorra, o líquido acumulado nos tecidos vai migrando para a corrente sanguínea junto com as toxinas acumuladas.

Assim, ela retira o acumulo de líquidos e toxinas do corpo. Por isso quando bebemos muita água sempre temos mais vontade de ir ao banheiro, pois além do líquido ingerido estamos retirando o excesso de líquidos dos tecidos, junto com toxinas impregnadas!

Sherviajando: Quer dizer que a retenção de líquidos não é exatamente da água que tomamos, e sim de outros líquidos das células dos nossos tecidos?

Marcela: Sim! Exatamente!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Quem tem medo de ser fashion?

Brüno, com Sacha Baron Cohen. Sátira com o mundo da moda, homofobia e outros assuntos polêmicos. Crítica aqui e aqui.


A moda é um fenômeno que me fascina. Às vezes eu a odeio. Acho fútil, superficial, e um completo estímulo ao consumo alienado e desenfreado. Já em outros momentos, ela me seduz e me oferece possibilidades de expressar através de meu próprio corpo traços de minha personalidade. Se em alguns momentos isso é apenas pretexto para o consumo, em outros se torna um estímulo para reinventar antigas peças e acessórios.

Antes o meu olhar sobre a moda era completamente nojento. Achava tudo um monte de besteira e odiava o jeito como as mulheres se iludiam, se achando as poderosas por causa de um sapato novo, por exemplo. E isso com toda a violência contra as mulheres truando, a lógica do patriarcado tomando de conta. Quer dizer, você fica se achando porque pintou as unhas de vermelho mas não consegue contestar por que as obrigações domésticas são prioritariamente suas? Ou não aceita a própria aparência, não contesta os padrões de beleza impostos? Grande poder. Para mim, gostar de moda era sinônimo de gente alienada.

O meu olhar sobre esse fenômeno social mudou na época da minha monografia. Li muito sobre relações de gênero durante esse período e também sobre moda. Não só as revistas femininas que eram o objeto da minha pesquisa, mas livros a respeito da moda, seus fundamentos e sua trajetória no decorrer da história.

Dessas leituras, uma das que mais gostei foi História da moda: uma narrativa, do professor de moda João Braga. De uma forma rápida, fluida e interessante, o autor mostra como a moda reflete o contexto socioeconômico e político em que está inserida. Além disso, ela reflete de forma bastante significativa a história das relações de gênero, às vezes reprimindo as mulheres, às vezes libertando-as. Infelizmente tive dificuldades de encontrar o livro na Internet, mas neste site tem pelo menos o preço, caso alguém se interesse.

Um dos pontos mais importantes a serem observados em relação a moda e ideologia, na minha opinião, é que uma não anula a outra. E mesmo a pessoa mais anti-moda e anti-consumo do planeta escolhe o que vai vestir. Sabe aquele roqueiro barra pesada que anda sujo e diz que não liga para a aparência? Dê para ele uma camisa do Aviões do Forró e veja se ele gosta. Ou talvez o comunista assumido e que prega o reaproveitamento e o sentimento anticapitalista não queira usar uma camisa com a estampa da Coca-Cola. Nem de graça. Inclusive, expressar idéias através de mensagens nas camisetas é uma forma válida e interessante de se colocar politicamente, não acha?

A moda permite um exercício de criatividade muito interessante. Pode ser divertida, pode ser irônica. Pode até ser over, se quiser. Não tem nada de errado em escolher o que se quer usar. O fato de gostar de moda não necessariamente quer dizer que a pessoa é vazia, alienada. Isso é besteira.

Você pode sim, querida, ser doida por sapatos. Isso não depõe contra você. Mas reflita sobre esse consumo e sobre sua situação no mundo. Você está com um sapato incrível, mas ainda anda na rua com medo de ser estuprada, é expulsa de universidade por usar um vestido curto demais, e ainda apanha do marido? Pois não pense só no pretinho básico, veja se seus direitos básicos estão contemplados e aja. Porque sapato por sapato, o único que conheço que já salvou alguém foi o da Doroth , de o Mágico de Oz. E ela teve que dar uma ajudinha.



terça-feira, 5 de abril de 2011

Que tal um novo membro na família?




Adote com responsabilidade! É no próximo sábado, no Shopping Benfica, aqui em Fortaleza.

Critica – Julie&Julia (parte 3)


Confira as partes 1 e 2.

Um brinde à igualdade!


Claro que sei que cozinhar e servir o marido é um papel instituído para as mulheres. Acho que é o mais clichê deles, inclusive. Mas o filme trata de algo para muito além disso. Julie e Julia se casaram com homens incríveis, absolutamente maravilhosos. Eles as apoiaram em todos os momentos e não se sentiram nem um pouco ameaçados diante do brilhantismo das esposas. Eram verdadeiros companheiros, não apenas maridos.

A história de Julia Child é mostrada de forma muito perfeita, porque tem um pouco do que seria a Julia que Julie Powell imagina. Por isso, não é retratado nenhum momento de conflito entre ela e Paul, o marido. Uma das cenas prediletas da diretora Nora Ephron (assisti com comentários também), é o momento em que Julia Child diz ao marido que vai aprender a fazer chapéus. Primeiro ele faz uma cara de quem pensa "que que tem a ver", mas em seguida resolve deixar a esposa curtir e diz: "Você gosta de chapéus". Tudo que ele queria era que ela fosse feliz, e às vezes isso é raro numa união, um homem querer ver sua esposa feliz. Principalmente se a felicidade dela depender de uma boa dose de autonomia.


Já Julie é muito mais humana e vulnerável. Ela faz drama quando a comida queima, é obcecada, teimosa e um pouco individualista. Inclusive nesse momento a interpretação de Amy Adams (Encantada) é perfeita, porque ela é aquela coisa linda e pequenininha com cara de chata. Dá vontade de dar um beijinho no nariz dela só para ver ela irritada. Num momento de conflito, ela e o marido brigam e ele chega a sair de casa. Mas a briga não tem fundo machista.

Em todo o filme as mulheres são protagonistas. Tudo é sobre as personagens principais. Tem até um momento em que Julie comenta que não gosta das amigas e a amiga dela, Sarah, diz que isso é absolutamente normal. Daí o marido de Julie diz "Os homens gostam dos maridos". Ao que Sarah responde: "E quem aqui está falando dos homens? Ningém está falando de homens aqui." Acho que foi uma alfinetada da roteirista.

O filme mostra dois exemplos do que acredito ser um casamento perfeito: uma relação onde as duas pessoas (ou mais, dependendo da situação) se ajudam mutuamente a crescer, sem disputar o domínio sobre a outra. Vale ressaltar que são dois casais sem filhos, então não sei como seria se houvessem crianças. Em Marley e eu, por exemplo, A personagem de Jennifer Aniston abre mão da própria carreira para cuidar dos filhos. Não que o marido a tenha obrigado a isso. Já em De pernas para o ar, recente longa brasileiro, o marido de Ingrid Guimarães pede divórcio devido à obsessão da esposa pela própria carreira. E será que alguém notou que em Sr e Sra Smith, a Angelina Jolie parece uma viciada em trabalho neurótica? Como se só assim ela pudesse se tornar uma espiã assassina competente, embora eu adore o filme e muitos traços da personagem interpretada por ela.

Óbvio que é difícil que uma relação sobreviva quando um dos dois é um workaholic. Só que no cinema há muito mais personagens masculinos e bem sucedidos do que mulheres. E quando elas são as bem sucedidas, geralmente o cinema as ilustra como mal amadas, insensíveis e anormais. A clássica megera. Enquanto isso, existem vários personagens homens bem sucedidos profissionalmente e felizes na família. Eu poderia citar muitos exemplos aqui, mas prefiro indicar um ótimo post que a Lola escreveu sobre a imagem das mulheres no cinema, baseado num instituto fundado pela Geena Davis, de Thelma e Louise.

Para a representação das personagens, o elenco demonstrou uma química incrível. Fora que tinha pelo menos duas figuras que eu adoro e ainda por cima nos papéis principais. Amy Adams e Meryl Streep foram sensacionais. E é incrível a versatilidade da Meryl. Basta contrastar A Julia Child com a Miranda Priestley, de o Diabo Veste Prada. A mulher é uma camaleoa!

Foram três posts bem robustos para falar de Julie & Julia, e talvez até surjam outros no futuro. Mas por enquanto desejo que tenham gostado da minha trilogia póstica e se interessado pelo filme. Será que os outros posts sobre filmes do meu coração serão grandes assim?

Bon appetit!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Critica – Julie&Julia (parte 2)

Na semana passada comecei a contar porque amo o filme Julie & Julia. Agora, continuando.

De encher os olhos.


É um filme sobre comida. Eu sou uma pessoa que come muito (já to pegando até má fama na agência) e adoro cozinhar. Então filmes sobre culinária estão na minha lista dos prediletos. E se é sobre comida, então prepare-se para a fotografia, porque provavelmente é maravilhosa.

No caso de Julie e Julia, o cuidado da produção e a absoluta exigência da diretora Nora Ephron são evidentes. Tudo é colorido, real e apetitoso. Quase é possível sentir o cheiro do que é preparado e ficar com fome é inevitável. Até porque a diretora fez questão que a comida fosse ótima e os atores comessem de verdade durante as filmagens.

Em relação à parte gastronômica, só posso reclamar de algumas cenas nada vegetarianas, como o momento em que Julie vai preparar lagostas e as escalda vivas. Apesar de a cena ser cômica, é ruim imaginar o sofrimento dos bichinhos, e me incomoda o humor sádico de algumas cenas. Além disso, tem muita exibição de carne crua e carcaças de animais. Bem desagradável, mas é preciso entender que se trata da culinária francesa, então fica difícil ser de outro modo. Não gosto menos do filme por isso.

Além da quantidade de carne nas comidas, a quantidade absurda de gordura (quase tudo leva muita manteiga), também me surpreendeu. Como os franceses podem ser tão magros? Achei que tudo era no vapor e a base de vegetais, mas na verdade é manteiga e carne até a tampa. Isso é outra coisa: por ser baseado em livros de pessoas que realmente entendem de comida, tem muita informação interessante. A lição de "não aglomerar os cogumelos, senão eles não douram", me deixa com água na boca. Sou louca por cogumelos.

E tem coisas no filme que só quem ama comer e cozinhar compreende. O prazer de escolher ingredientes frescos, sentir o cheiro e observar suas cores, por exemplo. Claro que para uma pessoa não vegetariana esse prazer talvez não seja tão intenso, afinal eu geralmente compro vegetais, que são coloridos e cheirosos. #ironiafeelings

Em uma cena, Julia Child escreve para sua melhor amiga: “Creio que sou a única americana em Paris que acha mais divertido comprar comida do que vestidos”. Já Julie Powell gasta quase metade do próprio salário comprando ingredientes para uma das receitas. Há um momento em que ela pega um ramo de vegetais e cheira. Toda vez que vejo isso me dá vontade de sair e comprar uma porção de espinafre para um bom creme com batatas.

Potô e eu passamos pelo processo de compra de ingredientes sempre que resolvemos preparar alguma receita interessante. E é muito divertido fazer feira juntos, numa feira mesmo, com barracas e vendedores recitando preços. Já até fiz um pequeno ensaio fotográfico, porque, na minha opinião, não existem cores mais bonitas do que as de uma feira popular.

Além do prazer de comprar ingredientes, o filme também ilustra a sensação maravilhosa que é preparar um bom prato com carinho e compartilhar com quem se ama. Também ilustra como uma pessoa mais humana e menos fada do que Julia Child pode ficar enlouquecida caso algo queime ou desande.

E como Julie e Julia cozinharam muito e serviram os maridos, que adoravam toda a comida, talvez alguém ache que é um filme machista. Mas no próximo post direi porque considero Julie e Julia um filme feminista.

Bon appetit!

terça-feira, 29 de março de 2011

Crítica – Julie&Julia (parte 1)


Sou uma pessoa apegada. E isso vale para amigos (o que já me rendeu várias decepções), idéias e objetos. Também sou apegada a livros e filmes, e quando gosto de uma dessas obras me apego a ela de tal forma a ser capaz de reler ou rever muitas vezes. Pois percebi que das críticas que escrevi aqui no blog, pouquíssimas ou nenhuma são a respeito de filmes que adoro e já assisti dezenas de vezes, até porque os tenho em casa. Pois muito bem: vou pagar esta dívida para com o blog, seus milhões de leitores, os filmes que me conquistaram e claro, comigo mesma.


Hoje falarei de Julie e Julia. E francamente, não sei nem por onde começar. Há tanto a se falar de Julie e Julia! Primeiro que é um filme de muitos sabores. Hora salgado, hora picante, algumas vezes até indigesto para uma vegetariana. Mas sempre, sempre doce, delicado e sutil.

Trata-se de uma história adaptada de um blog que virou livro, assim como Bruna Surfistinha. A blogueira da vez? Julie Powell, uma americana que prestes a completar 30 anos e vivendo na periferia de Nova Iorque no período pós 11 de setembro, encontra-se perdida, frustrada profissionalmente e quase em depressão. E eis que encontra a alegria de viver na culinária e na escrita.

Já Julia Child viveu 40 anos antes de Julie Powell. Para ser mais precisa, ela e o marido, ambos americanos, viviam em Paris durante o período pós Segunda Guerra. Os dois eram funcionários do governo dos Estados Unidos, mas Julia não queria mais esse caminho. Ela ansiava por uma carreira em alguma área que lhe desse prazer. E por amar comer, amar Paris e a culinária francesa, se matriculou no Le Cordon Bleu, um dos mais importantes institutos de gastronomia do mundo. E ao final do curso, juntamente com Simone Beck e Louisette Bertholle, escreveu uma das obras de culinária mais importantes: Dominando a arte da culinária francesa.

De que maneira Julie e Julia se encontram? Não há qualquer máquina do tempo ou grandes efeitos especiais no filme, garanto. As duas se encontram através da obra de Julia Child e também por suas semelhanças. Ambas são funcionárias do governo, são casadas com homens maravilhosos e companheiros, viveram em períodos políticos deprimentes, procuraram um sentido na própria existência, e claro, amavam comer e cozinhar.

Escritora frustrada e sem direção, Julie se propõe um desafio: Cozinhar todas as receitas do livro de Julia Child no prazo de 1 ano e registrar a jornada num blog. E aí o filme alterna entre as histórias das duas, numa sinfonia de romance, cores e sabores. Enquanto a história de Julie é baseada no blog/livro The Julie & Julia Project, a história de Julia Child é baseada na autobiografia My life in France. E o terceiro livro usado na obra é, claro, Dominando a arte da culinária francesa.

Está claro que me encantei por esse filme, já que me rasguei em elogios. Mas vou começar a ser mais objetiva quanto às razões para amá-lo tanto. Porém farei isso em próximos posts, que este aqui já está muito grande.

Bon appetit!

terça-feira, 22 de março de 2011

Função: enfeite

Ok, eu adoro moda. É importante que isso seja dito primeiro. Me interesso pelo estilo de famosos? Sim, me interesso. Também gosto de observar figurinos em filmes, e quando adoro o personagem e/ou o filme, tem objetos com os quais sonho. Às vezes nem gosto da história ou atores, mas certos adereços me chamam a atenção.

Mas é muito ridículo e irritante receber o presidente de um país aqui (posicionamento político à parte) e ficar observando qual a roupa que a esposa dele veste. E julgar se ela se veste melhor ou pior que outra primeira dama de décadas atrás.

Enquanto todos voltam os ouvidos para os pronuncionamentos do presidente, os olhos vão para o que a esposa dele veste. Percebam: enfeites não falam. A não ser que sejam decoração de Natal ou façam parte do elenco de A Bela e a Fera.

Sempre imaginei como seria quando tívessemos uma presidente mulher (posicionamento político à parte 2), se o marido dela (primeiro cavalheiro?) ficaria a seu lado sorrindo e acenando e todas as pessoas parariam para criticar se seus ternos estavam apropriados para acompanhar a excelentíssima esposa em seus compromissos políticos. Mas não. Nossa presidenta não tem marido, então é preciso compará-la com a beleza da jovem esposa de outro político.

Por mais que outras coisas da Michelle sejam levadas em consideração, como o fato de ela ser vegetariana por exemplo, o papel da mulher adorno ainda me parece predominante.

Irritantemente predominante.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Aos gatos, com carinho


Logo após o carnaval comecei a trabalhar numa agência de publicidade. É uma área nova para mim e com certeza vai me render bons frutos, na minha carreira na área da comunicação. O primeiro deles, creio que serão amizades novas porque é um povo interessante demais. Galera modernoza, simpática e antenada demais em boa música.


Uma das pessoas legais que conheci foi Daniel Gandra, ou “Gandrácula” para os iChatíntimos. Descobri que a figura é do time dos amantes de animais, super simpatizante do vegetarianismo. Trocando idéias com ele sobre bichinhos, e também dando uma passeada pelo blog do rapaz, deu saudade da minha gatinha em casa. Então lembrei de algumas músicas que o Ferreira Gullar fez com a Adriana Calcanhoto falando exclusivamente de... gatos!


Bom fim de semana. :)





Links para o YouTube (queria incorporar, mas a Adriana Calcanhoto não deixa)


Gato pensa: http://bit.ly/gmUwlO


O gato e a pulga: http://bit.ly/eYoAJv


Ron ron do gatinho: http://bit.ly/9jGvfF


O dono do pedaço: http://bit.ly/cQs18i


sábado, 26 de fevereiro de 2011

Abobrinha na grelha




Já fazia tempo que eu queria preparar algo na churrasqueira de fogão da minha mãe. E uma atração especial por abobrinha, que eu preparei há algum tempo pela primeira vez e não deu tão certo assim, mas deu pra ver que era uma delícia. Fiz ela refogada com cebola, mas errei a mão no sal e também deixei gordurosa demais. Na grelha ficaria mais saudável.

Então aproveitei a última feira para incluir duas belíssimas abobrinhas, dei uma pesquisada na Internet sobre como prepará-las e adaptei aos ingredientes que tinha aqui em casa.

Lavei bem a abobrinha (legume? verdura? prima do gerimun e do pepino?), descasquei e cortei em fatias com mais ou menos um dedo de espessura. Depois misturei um pouco de margarina com açafrão, noz-moscada, orégano e alho picado, untando os pedaços com essa misturinha. Não pus sal, mas aconselho colocar um pouco para não ficar insosso. Cortei um tomate ao meio, tirei as sementes e também passei a margarina nele, inclusive dentro. Pus na churrasqueira com água e em fogo baixo.




Depois de um tempo a abobrinha doura um pouco e o tomate fica murchinho. Veja a textura furando com um garfo. Ela não deve ficar molenga demais, mas o garfo tem que passar com facilidade. Depois de dourada, vire os pedaços e deixe assar mais um pouco. Coloque alguns pedaços de cebola para assar junto.


Bom demais!

A minha mãe tem horror a comida gordurosa e percebeu que eu tinha passado margarina. Como ela reclamou, tentei refazer o prato sem untar os pedaços, apenas temperando com sal, açafrão, orégano e noz moscada. Não deu muito certo porque a abobrinha ficou muito ressecada, chamuscando por fora e ficando crua por dentro. Então é preciso hidratar os pedaços. Na receita original utiliza-se azeite, mas aqui em casa não tinha, daí o improviso com a margarina. E nem ficou tão gordurosa porque a maior parte derrete e cai na água. Minha mãe é que é gordurofóbica.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Tentações de uma vegetariana



Em alguns momentos este ano tive muita vontade de comer carne. Acho que as duas razões principais foram o fato de estar doente e me alimentando muito mal, e a segunda porque o único lugar que conheço que fazia farofinha de soja torrada era o Vinil Andaluz, que estava em recesso (infelizmente parece que eles não vão mais preparar). E em casa, com a barriga doendo e só podendo comer coisinhas muuuuito leves e sem graça, via minha família preparando uns bifes cujo cheiro faziam minhas pupilas se abrirem de um jeito sanguinário.

Contei para o cunhado, minha irmã e meu namorado que estava passando pela tentação. Nisso meu cunhado pergunta: “E agora?”

Ao que o meu namorado responde: “Agora a gente amarra a menina na cama!”

Mas brincadeiras à parte, meu vegetarianismo caminha muito bem para seu aniversário. Em abril completo 1 ano sem comer carne!

sábado, 8 de maio de 2010

Dando uma rapidinha...

...só para informar que:

  • Eu não morri.
  • O blog continua.
  • Agora sou vegetariana pra valer, não como mais nenhum tipo de carne. E tenho cozinhado coisas ótimas! Devo produzir vários posts no futuro sobre esse assunto.
  • Minha monografia está quaaaase pronta e preciso termina-la nos próximos dias. Por isso o sumiço. Ai, que ansiedade!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Não acredito que não vou mais poder comer gelatina!

Arrasada. Estava assistindo TV com o boy quando começou uma matéria sobre gelatina. Adorei porque além de gostar de matérias a respeito de culinária, sou doida pela sobremesa esquisita, engraçada e deliciosa. Aí a repórter começou a falar sobre as receitas, valor nutritivo e fabricação. Foi no último item que meu mundo caiu.

A matéria prima da gelatina é retirada de algum lugar entre a pele do boi e os ossos. Ou seja: o pobrezinho morre para que exista o doce! E como estou tentando virar vegetariana, essa vai ser uma das delícias que terei de excluir do cardápio. Eu já sabia que não ia mais poder comer geléia de mocotó, e foi bastante difícil de me conformar (na verdade, ainda como raríssimas vezes). Mas eu achava que a gelatina tinha origem vegetal, e até por isso era mais saudável. Caí na ilusão de que as sobremesas coloridas que eu costumava preparar com frutas não seriam excluídas da minha vida, mas a verdade não é essa. Agora todas as vezes em que eu pensar nos quadradinhos coloridos tremendo numa tigelinha, vou pensar também num boizinho bem pobrezinho, olhando pra mim de olhinhos bem molhados e brilhantes, que nem o Gato de Botas no Shrek.


quinta-feira, 25 de março de 2010

Tornar-se vegetariana: fase 1 ainda não superada



O programa Troca de Família da Rede Record (que acho que agora é um quadro integrante do programa da Ana Hickman) mostrou no último domingo uma vegetariana militante dos direitos dos animais trocando de lugar com uma esposa de peão de rodeio. O programa estava interessantíssimo, pois mostra como é cruel a cultura dos rodeios e como as pessoas envolvidas parecem realmente não acreditar que os animais sofram naquele espetáculo ridículo. Também deixou clara a quantidade de dinheiro envolvido, já que o peão dono da casa (que muitas vezes se mostra nojento, por sinal) é riquíssimo devido aos prêmios que já ganhou com a prática. E também é mostrado o preconceito que sofre uma vegetariana. As pessoas simplesmente parecem que não conseguem parar de atacar quem resolve ter uma opção diferente de vida, chegando ao cúmulo de tentar convencer a mulher de que a manga que ela comia sofria tanto quanto um boi sendo abatido. Que a "água" que sai dos vegetais quando os cortamos são equivalente ao sangue e às lágrimas . Quer dizer, muita piedade às lágrimas das mangas, mas um boi com um negócio preso nos testículos não dói. Ô lógica. O peão também disse que o fato de as pessoas do movimento pelos animais promoverem castração é crueldade. Pois é, mas a diferença é que os cães e gatos são castrados com anestesia e para que não se reproduzam sem controle, evitando novos animais abandonados. Já os bois são castrados sem anestesia e só para que engordem e sejam abatidos depois. Francamente, parece que nem mesmo as próprias pessoas que diziam essas besteiras estavam acreditando. Parecia só birra e idiotice.

E então, o programa me serviu como um puxão de orelha para me lembrar de escrever sobre algo desparecido por aqui: minha saga para me tornar vegetariana.

Atualizando: Diminuí drasticamente o consumo de carne vermelha da minha dieta, mas ainda estou longe de me tornar vegetariana. A idéia é primeiro salvar vaquinhas para depois ir cortando gradativamente frango e peixe. Mas alguns eventos me fazem cair em tentação, como por exemplo churrasco em família. E o pior é que eu acabo comendo mesmo para evitar explicações porque seria uó dizer para o meu pai que eu não quero comer carne com dó dos bichinhos. Tipo assim, estressante. Claro que um dia ele vai ter engolir (entendeu?), assim como outras pessoas que convivam comigo e de repente se incomodem com minha opção, mas ainda não estou totalmente fortalecida para tais entraves. Por enquanto, vou evitando sempre que dá.

Em minhas refeições tem sido muito comum o consumo de ovos. Além de eu gostar muito, são nutritivos e práticos, mas pego leve senão o colesterol vai para o espaço. Mas acho que tenho comido ao menos umas três vezes por semana e espero que isso não seja demais. Também como muuuito feijão para botar ferro e proteína para dentro. No feijão da sogrinha de vez em quando tem toicinho (bacon) e aí eu tiro os pedaços. Da mesma forma se for rolar uma pizza mista, eu tiro o presunto e por aí vai. Mas a intenção é um dia nem tocar na comida caso tenha algum cadáver na receita.

Um prato que eu sempre adorei foi fígado de boi com cebola e pimentão. É quase impossível de resistir. De vez em quando eu me permito comer um pouco, com um suquinho de acerola ou laranja, que é para adquirir ferro. Como não tive nenhuma consulta com nutricionista, tenho medo de prejudicar a saúde, por isso de vez em quando abro essas exceções. Mas francamente, não me senti fraca nem percebi nada de errado desde que tomei essa decisão há alguns meses. Na verdade, minha dieta até ficou mais leve e saudável, com um pouco menos de gordura e com mais cereais, frutas e verduras. Quando carne é a única opção de “mistura” na refeição, eu compenso com caldinho de feijão, arroz e coloco umas verduras . Assim, acabo comendo até mais e nem fico com fome depois. Massa também é minha vida, até porque com o balé é capaz de eu perder peso demais e desaparecer. Daí tem que repor os carboidratos.

Agora, se tem uma coisa que sumiu totalmente do prato foi a proteína de soja. Engraçado, né? No início Potô e eu fizemos vários testes e até preparamos uma macarronada deliciosa, além de sanduíches. Não sei porque nunca mais tentamos, acho que por preguiça mesmo. E é porque é uma comida bem prática de se preparar. Só que já algum tempo não tiramos para fazer uma receitinha especial, deve ser por isso. Acho que vou sugerir algo com soja na próxima. Tipo uma torta, pizza ou algo assim. Ah, e eu queria muito aprender a fazer farofa de cenoura. É muito gostoso!

Se alguém aí for vegetariano ou está se tornando, compartilha aí nos comentários um pouquinho da experiência. Receitas e dicas também são bem vindas!

E aqui um post interessante sobre vegetarianismo que eu encontrei.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Tornar-se vegetariana fase 1: salvar vaquinhas


Quero compartilhar com @s leitor@s do blog uma mudança que estou tentando realizar na minha vida. Estou passando pelo processo de me tornar uma vegetariana. O objetivo é ao menos diminuir drasticamente o consumo de carne, começando pela de boi, para em seguida excluir frango e peixe (que eu acho o mais difícil). Porco, apesar de ser carne branca, acho que vou fingir que é vermelha, porque o abate dos porquinhos é muito cruel e por algum motivo os acho muito parecidos com vacas. E também por causa dos filmes "Babe o porquinho atrapalhado" e "A menina e o porquinho". Esse último na verdade é um desenho, já que eu não vi o filme com a Dakota Fanning.

O processo não tem sido doloroso. Já há alguns dias, tenho diminuído a carne vermelha. Aliás, praticamente não comi, substituindo esse alimento por proteína de soja, ovos, frango ou peixe. Não posso dizer que estou totalmente pura, afinal recentemente comi um potinho de geléia de mocotó, que eu adoro (ai, que difícil que vai ser deixar de comer isso!) e acabei provando umas carnes por aí. É muito mais difícil quando a carne existe, entende? Por exemplo, se está num lugar e pede algo vegetariano, beleza. Mas se quem está com você pede um churrascão, é mais difícil não pedir um pedacinho. Principalmente para mim, que sou muito pidona. Mas enfim, é um processo. E além de evitar comer vaquinhas e boizinhos também não tenho utilizado Knor nas receitas, pelo menos não o de carne. Mas não pretendo eliminar alimentos de origem animal que não resultem na morte deles, como ovos, leite e mel. Ao menos inicialmente.

Durante os últimos dias que passei na casa do meu benhê, a mãe dele preparou feijão com pedaços de carne no caldo, e eu comi, retirando os pedaços. Mas na quinta-feira à noite, enquanto assistíamos Aline, Potô pediu comida. Um bauru enorme para ele. Como não haviam muitas alternativas para mim, a não ser pastel (vegetariano sofre em lanchonete), quis apenas uma vitamina de ameixa. Só que a vitamina tava ruim e o cheiro do sanduíche dele era muito bom. Pedi um pedacinho e ele disse que não, porque tinha carne (é isso aí, amor nhendo). Deu nem tempo de insistir, tamanha a velocidade que a criatura come. Mas ainda bem que não deu tempo. E eu preciso aprender a fazer hambúrguer de soja.

O interessante é que está rolando solidariedade e até uma influência positiva nos hábitos alimentares das pessoas com quem convivo. Há semanas minha mãe não compra carne vermelha e tem experimentado formas diferentes de preparar soja. E ela também gostou de perceber o quanto proteína de soja é bem mais barata. A minha irmã, que detestava o alimento, também já começa a simpatizar com a idéia.


Já o meu amor nhendo, apesar de não pretender se tornar vegetariano, também diminuiu um pouco o índice de carne vermelha em sua alimentação. E acha que minha influência pode ser boa para ele, como um estímulo ao maior consumo de legumes e verduras. Inclusive dia desses preparamos uma macarronada de soja incrível, e todo mundo curtiu, sem fazer careta. Infelizmente não encontro mais a receita na Internet, mas tem outras muito boas neste site. Confesso que achei algumas muito caras e complicadas, que pediam congumelos de preços nada saudáveis. Mas a gente faz uma gambiarra e substitui umas coisas e pronto! Nenhum animal morreu para que o prato fosse preparado e ainda fica bom!

Desde que conheci pessoas vegetarianas em encontros feministas que eu simpatizo e admiro a causa. As razões são muitas: a primeira, obviamente, é a crueldade com os animais. A criação dos bichos para corte é feita de forma muito fria e o abate também. Não gosto da idéia de um bicho nascer e crescer apenas para ser consumido. Acho cruel e meio egoísta.

Outro motivo é a quantidade de hormônios e outras coisas que são dadas aos animais para que eles cresçam depressa. Para se ter uma idéia, o tempo entre o pintinho sair do ovo e estar pronto para abate costuma ser muito menor do que quando o processo acontece naturalmente, com alimentação livre de hormônios. Além disso, a carne dos frangos de granja (quase sempre são idênticos, não é assustador? ) é macia porque eles não andam. São criados num ambiente pequeno e apertado, com milhares de outros frangos, e com muita comida por todos os lados. Por isso eles não precisam andar para comer, ao contrário da galinha caipira que é criada a céu aberto e cisca. A mesma lógica pode ser usada com o gado. Quanto mais macia a carne, menos o bicho andou em vida. Uma vez vi no Globo Rural que uma granja mantinha uma iluminação estratégica para que os frangos tivessem a ilusão de que o dia durava mais e não parassem de comer. Por conseqüência, eles cresciam e engordavam mais depressa. Não sei se em todas é assim, mas achei muito cruel. Tipo a bruxa do João e Maria, lembra?

Também já ouvi dizer que carne vermelha não faz muito bem à saúde, alguma coisa a ver com radicais livres. E sei que ela também é nutritiva, mas os nutrientes podem ser encontrados em outros alimentos. Também acredito que ao se cortar os animais mortos da alimentação, pode-se desenvolver hábitos saudáveis como o consumo de mais vegetais variados, e por conseqüência mais fibras e vitaminas. Claro que existe o problema dos agrotóxicos e desmatamento. Diz-se que a soja no Brasil é quase toda transgênica. Mas isso é uma questão de fiscalização da sociedade e conhecer as origens dos alimentos consumidos. Sem falar no detalhe que muito do que é plantado aqui é para fins de exportação e não consumo interno. Além disso, sempre há a possibilidade de se cultivar uma horta em casa, pelo menos com vegetais e temperos mais básicos. Certo, nem sempre é uma possibilidade, mas eu quero ter muito uma quando me casar com o Potô. Ops, eu escrevi isso em voz alta?
Quanto ao desmatamento, ele é muito pior quando se trata das criações de gado, já que elas exalam gases tóxicos na atmosfera que prejudicam a camada de ozônio. Esses gases são provenientes do húmus e... bem, dos gases dos animais.

Enfim, a principal razão dessa vontade de mudar é a compaixão pelos animais. Respeito quem consuma carne numa boa e não pense tanto nisso, mas acho que minha decisão provavelmente não será tão respeitada assim. Vai ter alguém pra me chamar de fresca e do contra. Fazer o quê, né? Mata não, bem.