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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Preconceito afeta saúde de mulheres lésbicas e bissexuais


Que o preconceito não está com nada todos nós estamos carecas de saber. Mas as consequências para quem sofre discriminação podem ser mais sérias do que pensamos. O site Delas publicou uma excelente matéria sobre como as mulheres lésbicas e bissexuais tem mais problemas de saúde e menos acesso a exames ou hábito de irem ao médico.

Segundo a matéria, devido ao preconceito que sofrem elas tem mais tendência em utilizar cigarro, álcool e drogas ilícitas, pois encontram nesses caminhos uma válvula de escape. E com a auto estima baixa, os entorpecentes tem efeitos devastadores. Além disso, as mulheres lésbicas e bissexuais costumam ir menos ao médico porque sentem-se constrangidas por a maioria dos profissionais estarem despreparados para atendê-las. As consequências são perigosas, pois esse fatores as tornam mais suscetíveis a adquirirem câncer de mama, obesidade e HPV, entre outros males.

Fora que existe uma grande falta de informação. As campanhas de prevenção às DSTs, por exemplo, são fortemente voltadas a relações heterossexuais. As lésbicas não são orientadas sobre como se prevenirem, nem tem recursos próprios para elas. Tanto que elas precisam adaptar a camisinha masculina para se prevenirem. Sabia que as lésbicas precisam ter uma camisinha masculina e uma tesoura para fazer sexo seguro? Pois é, precisam. Elas precisam cortar a camisinha em forma de quadrado para formar uma barreira na frente da vagina, para evitar o contato direto. Muita logística e pouca humanização.

#Ficadica para as pessoas que não entendem as relações sociais como um contexto complexo e cheio de facetas, e como o preconceito está relacionado inclusive à morte dos que sofrem discriminação. E como muitas vezes essas pessoas estatisticamente corretas só acreditam em dados e números, a matéria está rica em estatísticas. Para ninguém dizer que é frescura e paranóia dos politicamente corretos.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Projetos



Após ler mais dois livros (O Diabo Veste Prada e Jornalista Freelance) e receber minha carteira de trabalho com o registro de Jornalista Profissional :), vieram maior inspiração e vontade de:


Trabalhar em alguma revista, site, rádio, TV ou produtora, mesmo que seja como jornalista freelance (mas será que existe isso em Fortaleza?);


Comprar mais livros de comunicação com o Potô;



Voltar para o inglês;



Fazer pós graduação;



Escrever um livro.



Não necessariamente nessa ordem.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Beijo gay passa na Tv brasileira... e em todos os canais ao mesmo tempo!

Fiquei sabendo que o Psol exibiu em sua propaganda eleitoral de São Paulo o "primeiro beijo gay da TV aberta". Ponho entre aspas porque parece que outros beijos já foram exibidos, na verdade. Tipo no Big Brother Brasil perece que o povo já deu uns selinhos de brincadeira (isso é beijo gay?), e em algum programa da RedeTV, por exemplo. Ou mesmo no filme "O segredo de Brokeback Mountain", que já foi exibido pela Rede Globo. Mas acho que a idéia de "o primeiro beijo gay na Tv aberta" é mais por conta das polêmicas que acontecem toda vez que tem um casal de gays ou lésbicas em alguma telenovela. Parece o famoso "quem matou...", uma expectativa enorme por conta de um simples beijo, enquanto cenas de sexo e milhares de beijos heterossexuais são exibidos cotidianamente na programação brasileira. Já entre LGBTT não pode existir beijos, pois nossa sociedade careta e homofóbica acha que isso é imoral, mas tudo bem a imagem ridicularizada que os programas de humor constroem em torno dessas populações. Francamente, ô atraso.

E abaixo, a campanha do Psol. É bom deixar claro que não se trata de propaganda eleitoral por parte deste blog (embora talvez o efeito seja inevitável), mas se eu coloquei por aqui até o link da campanha hilária do Tiririca, não tem porque não mostrar o beijo lindo do casal de homossexuais, né? E é lindinho mesmo, um beijo mordido, gostoso e fofo. E rápido, muito rápido. Aliás, rápido mas suficiente para chocar e fazer tremer nas bases esse povo que não é preconceituoso não, imagina.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A mais nova foca!



Acabou a saga da monografia, enfim! Aliás, acabou uma caminhada muito importante na minha vida: terminei a faculdade de Jornalismo! Agora sou uma foca, que é como o jargão chama os novos jornalistas no mercado. Agradeço muito a todos aqueles que de alguma maneira contribuíram para esse feito, seja através de conselhos ou empréstimo de livros (aliás, tenho que marcar de devolver) ou mesmo das pessoas que comentaram e deram apoio enquanto contei a respeito dessa saga aqui no blog. Inclusive aos milhões de leitores silenciosos (porque eu sei que vocês existem), meu super super muito obrigada!
E aí eu acho que estou devendo contar como se deram algumas coisas.

O dia D... de Defesa
Eu estava muito ansiosa porque eram três grandes emoções no mesmo dia. A defesa do boy seria
pela manhã, às 11h com uma banca muito semelhante à minha. Depois do almoço, às 14h, seria a defesa da Thaty Nascimento, grande amiga nossa, banca de defesa gêmea do Potô. Só depois, às 15h, a minha defesa, somente uma integrante diferente das bancas anteriores. Ou seja, eu tive o almoço mais ansioso de toda a minha vida, e depois mais 2 horas de interminável apreensão.

Pela manhã, o Potô fez uma apresentação ótima, com direito a elogios muito pomposos, do tipo “um trabalho de grande importância acadêmica”. Hein? My boy, baby! Após a apresentação e comentários da banca, sai todo mundo da sala, abraços, beijos, calma meu amor... Banca chama todo mundo de volta e informa que o meu futuro marido tirou... 9!!! Gritos de alegria, família do Potô comemorando, amorzão super emocionado chorando e eu quase papocando de orgulho. Muita felicidade!

Depois, a agonia do almoço. Engoli minha macarronada (só com molho e queijo) enquanto enlouquecia nosso amigo Antoniel que foi a única companhia para o almoço, já que Potô precisou sair. E eu ficava lá, tagarelando, enquanto o coitado ia ficando um pouco mais nervoso que eu. Pense numa criatura se tremendo todinha, morrendo de medo de estourar o tempo da apresentação, excluindo um monte de slides, incluindo outros, e relendo monografia enquanto engolia uma macarronada... Ai, ai!

Aí, às 14h, Thaty chega. VERDE. Ela sempre fica verde quando tá nervosa e para a defesa não
poderia ser diferente. Chegou em comitiva com a família, na medida em que iam chegando também vários colegas para assistir às nossas apresentações. Um dos grandes medos dela era o mesmo que o meu: estourar o tempo. Porque a gente passa 1 ano escrevendo o babado, pesquisando, estudando feito condenados, para ter que apresentar em 20 min! Se estourar, perde-se um ou dois pontos na nota, não lembro bem. E como na Estácio FIC só vão para a biblioteca trabalhos com notas iguais ou superiores a 9 (queria tanto que eles fossem mais exigentes em outros aspectos também), estourar o tempo significa que os alunos na Faculdade não veriam nossas monografias no acervo, o que seria uma grande decepção depois de tanto esforço.

Aí nossa amiga fez sua apresentação. Com medo de ultrapassar o tempo, começou a falar feito um foguete. A orientadora pediu que ela se acalmasse e falasse mais devagar. Não adiantou taaanto mas melhorou o entendimento do que estava sendo dito. E o trabalho da bicha ficou genial. Depois que ela terminou, a sala quase foi abaixo de tantos aplausos. Silêncio que a banca vai falar, elogios, comentários, sugestões, mais elogios, peço licença a todos que agora a banca vai decidir a nota, sai todo mundo, abraça Thaty, beija Thaty, Thaty verde feito o Hulk, pronto, podem entrar. Thaty aprovada com nota... 10! Quase que a sala explodiu.

E lá fora, minha orientadora aguarda. Pergunta como eu tô, se já chequei os slides, se está tudo bem. E eu apavorada: tá tudo bem. Por que???? Não parece??????? O carinha do áudio visual vai na sala, instala notebook. Eu abro os slides, graças à deusa o negócio tá prestando, a platéia se prepara para assistir à minha apresentação. Minha orientadora pergunta se eu já poderia começar. Depois do arraso de Potô e Thaty, eu estava me sentindo como alguém que fosse tocar num show de rock depois do Elvis. Pedi mais uns minuti
nhos pra pôr os nervos no canto e comecei.

A apresentação foi muito mais calma do que achei que seria. Como se tratava do tema gênero (eu analisei algumas matérias que foram publicadas na revista Capricho este ano) fiquei muito à vontade, inclusive quebrando quase que completamente a formalidade. Quando já tinha passado da metade dos slides, a orientadora avisou que ainda tinha 10min, então eu fiquei muito tranqüila até o último slide. Achei a apresentação gostosa até. E divertida também.

Só que aí a banca falou. E como falou.

Fizeram muitos elogios, destacaram pontos legais do meu trabalho, parabenizaram a orientadora. Até aí, blz. Mas quando começaram a pontuar as discordâncias eu fui murchando, murchando, me preocupando, me encolhendo... Quer dizer, estava levando todas as observações na boa porque escolhi muito bem os integrantes da banca. Gente muito competente, grandes profissionais. Sei que tudo estava sendo dito muito seriamente e que só contribuiria para meu aprendizado. Mas a real é que eu achei que ia tirar um 2. Muito medo da nota. Anotei todas as sugestões, destaquei que várias ressalvas seriam realizadas, agradeci aos comentários, respondi a algumas questões, e saí com a platéia para aguardar a sentença.

Enquanto esperava, a tensão era total. E acho que não tinha ninguém otimista ali, porque eu estava sentindo aquela aura sinistra de quando alguma coisa dá em merda. Algumas pessoas vieram falar comigo, foi a vez do Potô abraçar, dando aquele carinho gostoso de quem protege a gente.

Quando a banca chamou todo mundo de volta eu estava muito apreensiva. A orientadora toma a frente e “Sheryda Lopes, a banca aprovou sua monografia [ai, que bom pelo menos eu me formei] para graduação em Jornalismo com nota máxima: 10!”. Enquanto algumas pessoas aplaudiam, eu não conseguia fechar a boca, e só saiu a mesma coisa de quando soube que o Michael Jackson tinha morrido. “Valha!”.

Depois de muitos abraços e algumas fotos, eu com a sensação que tinha tomado uma garrafa cheia de pedra hume diluída, fomos comemorar numa churrascaria (me entupindo de feijão verde e macaxeira, fique claro). Chamamos os professores mas somente minha orientadora pôde ir. Quando contei que esperava uma nota ruim da banca, ela disse, muito carinhosa: Tu é brôca? Eles só te elogiaram nos comentários!
É, acho que a monografia acabou com o que me sobrava de juízo e senso de percepção. Mas ao menos agora eu não preciso mais sentir inveja da Reese Whiterspoon!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Fim de semana do ócio



Nada de útil. Isso define com perfeição o que foi meu fim de semana. Até li alguns textos da faculdade, só que não escrevi nada (apenas este post e dei uma atualizada no meu diário). Não escrevi uma linha sequer para minha monografia, não li nada da bibliografia. E olha que opção não falta, porque acabo de pegar mais sete livros sobre gênero e feminismo com uma amiga. Além disso, esta semana preciso entregar dois trabalhos e ainda tenho uma prova. Só pode ser um autoboicote inconsciente.


Porque aconteceu de eu simplesmente sentir uma vontade irresistível de dormir, bocejar, me revirar na cama... Daí eu dormia e acordava, e dormia de novo... Fora a imensa sessão de filmes bobos e anti feministas: Legalmente Loira, Legalmente Loira 2 e O Diabo Veste Prada. Ainda bem que desisti de assistir As Patricinhas de Bervely Hills pela 50ª vez, porque quando eu vejo esse tipo de filme começo a sentir uma vontade imensa de ir na manicure e no cabeleireiro. Fazer o que eu não sei, porque meu cabelo tem poucos centímetros e a única coisa que faço é cortar. Mas a preocupação com minha beleza é compensada enquanto escrevo meu nome enlouquecidas vezes na revista da Avon. Ê sisteminha sedutor...

E enquanto eu e minha gata ronronávamos preguiçosas em minha cama, eu me sentia fraca e invejosa. Afinal, até a Reese Whiterspoon se formou em Direito na Universidade de Harvard. Já eu, nesse ritmo, tão cedo não verei meu diploma em Jornalismo.
 

Desculpa aê!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Blog censurado

Sinto admitir, mas este blog é autocensurado. Nem tudo o que  penso e gostaria de dizer ou denunciar ponho aqui, muitas vezes por medo de me prejudicar. E isso pesa e arde em mim como se tivesse engolido de uma vez uma bateria de carro.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O preço da ciência

Será que o Lázaro Ramos copia uma grana pra mim?

Continuando a correria rumo ao diploma e a-uma-vida-profissional-próspera-e-cheia-de-oportunidades. Como se não bastasse a ruma de dinheiro que estou gastando com transporte e alimentação, ontem levei um belo susto. Minha orientadora levou para a faculdade os livros indicados por ela para eu tirar cópia, e o total foi quase 60 reais de xerox! Quer dizer, olhei na Internet e apenas um dos livros custaria esse valor, então é relativamente barato. Mas tipo assim, ainda é muito apertado! A sorte é que fiz um negócio com o dono da Xerox e ele deixou eu pagar em 2 vezes (alguém aí já parcelou cópias antes?).

Já tinha feito o pedido do livro A Beleza Impossível da Rachel Moreno, no Estante Virtual que vai sair 10 reais mais barato do que se eu o comprasse novo na livraria. Também é um bom negócio, mas fazendo as contas, vou pagar uns 80 reais só de coisas para ler para minha monografia!! Sem falar na nova placa mãe para o meu querido PC, porque pelo jeito vai precisar trocar (de novo). Mais adiante também serão cartuchos novos de tinta para a impressora. E isso tudo vai sair da minha humilde bolsa estágio, de onde sai também o dinheiro para transporte, comida, diversão e arte. Acho que eu deveria ter feito uma poupança só para este semestre.

Mas fora isso, estou animada porque terei muuuito material para ler e mandar ver na monografia durante minhas poucas horas livres. Os livros dos quais tirei cópias parecem ótimos, e já vi referências deles em outras monografias sobre mulher e mídia. Além do mais, peguei também obras sobre imprensa, opinião e manipulação. Ou seja, estudar, estudar e estudar!

Afinal, para que comer, se eu posso morrer de inanição e virar um cadáver sabido?

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Tá todo mundo nessa droga de contexto - parte 1

Ultimamente estou bem estressada e desanimada com questões feministas. Na verdade, com questões machistas. E acredito que por conta da correria e também por estar tão afastada do Coletivo de Jovens Feministas e de outros grupos onde fazemos discussões e reflexões. A real é que estou muito cansada com algumas pessoas e seus preconceitos. Porque eu sou uma feminista muito, mas muito sensível às palavras machistas, racistas, homofóbicas e por aí vai. Estando as pessoas conscientes ou não do quanto são preconceituosas, eu sempre me torço inteira quando vem uma criatura falar "homossexualismo" na minha frente. Ou "bando de macumbeiro" ou mesmo fazendo piadas racistas sobre o cabelo do meu namorado.

É que ele nestá deixando crescer a cabeleira, e os cachinhos tão bem, bem cheios. Quando tá assanhado fica black, e dia desses fiz trança-raiz nele. Pra mim, tá muito massa, principalmente porque é uma questão muito forte de assumir a negritude e enfrentar as pessoas que vêm dizer que o cabelo dele tá sujo e não sei o que mais. Porque negro não tem direito de ter cabelo, né? Mal cresce, toca raspar! Já o branco não: pode deixar um pouco maior, com topete, arrepiadinho ou mesmo um pouco abaixo do pescoço porque é muito descolado. Uma questão de "estilo". Afinal, é um cabelo liso, macio e brilhante. Já o cabelo "de nêgo", mal cria dois dedos que o povo já manda-logo-ir-aparar-essa-moita.

Com as negras, o lance é alisar ou conseguir-domar-os-cachos. Minha irmã adolescente,por exemplo, parece que percebeu há algum tempo que é negra e o quanto isso é bom. Daí parou de se preocupar tanto com o volume e amarrar o cabelo naqueles coques-bolinha que amassam os cachinhos e deixavam o cabelo dela super oprimido. Agora, a guria curte deixar os fios soltos e eles ganharam um volume lindo. Mas aí vem meu pai (que é negro,porém racista mas não percebe nem um nem outro) e diz que a menina tá com uns cabelo-muito-espatifado. Se ela chegasse com aquele liso igual ao de todo mundo, completamente artificial e pregado na cabeça, aí é porque ela estava "se cuidando". Tenha dó!

Mas realmente o campeão de me fazer engolir sapos, com certeza é o machismo. E derivados dele, misoginia e homofobia/lesbofobia/transfobia.

Porque em todo canto que eu vou,tem alguém que fala absurdos e acha que é só brincadeira! E isso é vindo de gente que não deveria ter tanto preconceito, como comunicadores (daí uma mídia tão discriminatória), educadores e até militantes do movimento LGBTT! É loucura!

Tá todo mundo nessa droga de contexto - parte 2

Mas eu acho que o pior mesmo é quando se tratam de pessoas da família ou amigos. São seres que ocupam em minha vida lugares estratégicos e bem poderosos, e portanto, exigem cautela no trato. Alguns exemplos: Parentes do meu namorado; parentes meus que vem de um contexto complicado e sem discussão, ou seja, o diálogo é muito complicado; gente teimosa que só fala absurdos porque sabe que eu vou me esquentar; pessoas que ocupam cargos hierárquicos mais altos que eu, ou que podem representar oportunidades profissionais futuras; e por aí vai.

Ou seja, não é sempre que dá para travar um debate, e também não é sempre que a gente quer conscientizar o povo. Nem sempre eu quero enfrentar a taxação de ser a-chata-feminista-paranóica-sem-senso-de-humor. E uma outra coisa que precisa ser levada em consideração é que está todo mundo inserido num contexto forte e cheio de preconceito. Ou seja, não é porque a pessoa é má. Para ela, simplesmente é normal achar que uma criança realmente é explorada sexualmente porque gosta, por exemplo. Às vezes também a gente não se percebe sendo preconceituoso (vide diálogo no fim do post, se é que vc leu tudo até aqui).

Mas também tem gente escrota meeesmo. Sabe tudo o que tá dizendo e só se importa em defender seus próprios privilégios, explora mão-de-obra-barata sem dó nem piedade. Como um grande amigo-quase-irmão do meu namorado que é tudo que eu detesto: patrão, machista, racista e homofóbico. Mas é uma pessoa importante para ele, então é preciso que haja alguma convivência. Sem falar, que apesar de tudo, não é uma pessoa de todo ruim. Eu sei que é MUITO difícil de entender ou acreditar, mas apesar de tudo algumas pessoas preconceituosas são pelo menos um pouco legais, e se eu for deixar de falar com todas por causa de algum preconceito, não vou mais me comunicar com ninguém! É ou não é de desanimar?

E olha só como até esta blogueira pode dar uma bela mancada. Ontem eu e o namoradim estávamos descansando e assistindo TV. Daí começou o Criança Esperança e apareceu a filha do Renato Aragão.

EU: -Nossa, tinha tanto tempo que eu não via essa menina! E ela tá muito bonita, antes ela era tão feia...
Potô (jogando verde): -Ué, deve ser porque ela tá mais magra, não?
EU: -Acho que sim, ela cresceu, deu uma espichada...
Potô: -Quer dizer que você está reforçando padrões de beleza????
EU:Caraca! é mesmo! Não acredito que eu pensei e disse isso!
Potô(com ar de reprovação): - Logo você?
Eu(arrasada): -Eu sei, é foda.
Potô: -E é porque tá fazendo a monografia sobre padrões de beleza na adolescência...
EU: Tá bom, amor. Não precisa passar na cara.

Tem que ter humildade para admitir que até eu tô nessa droga de contexto.

Encontro com Lolinha


Sábado à noite fui conhecer a Lola Aronovich, a blogueira-tudo-de-bom que escreve o Escreva Lola Escreva, blog feminista, anti-preconceito e outras cositas mas.Que pena que ninguém tinha câmera... :(
O encontro (que foi no Dragão do Mar) foi muuuito legal, embora sinceramente eu tenha ficado com vontade de ouvir um pouco mais as idéias dela. É que nós meninas(5 no total) que fomos conhecê-la simplesmente não nos calávamos! Acho que tava todo mundo tão ansioso e feliz com o encontro que o efeito colateral foi uma bela diarréia verbal. Era um falatório sem fim!

Conversamos sobre cinema, TV, os problemas de Fortaleza e o Ronda do Quarteirão (não sei como ela não desistiu de morar aqui), animais de estimação - gente,tem a Iolanda que tem mais de 40 animais em casa! É que ela é sócia de uma ong que cuida de animais carentes, então quem quiser adotar, me manda um e-mail (sherrylopesz@yahoo.com.br) que eu passo o contato dela. Aliás, ela ganhou váários pontos comigo, porque é quase impossível não gostar de gente que salva animais.

E quanto à Lola, bem ela é muito, muito fofa (no sentido coloquial de fófis, porque ela nem é tão gordinha como sempre diz no blog)! Adorei o encontro! Tô torcendo muito que ela passe no concurso e venha morar aqui na terrinha. Venha, Lola venha! Torcida!Torcida!

domingo, 23 de agosto de 2009

E a saga da monografia continua (mas muito lentamente)

Conheci a Lola pessoalmente e foi muito muito massa! E ela nem foi chata ou indiferente como o Ney! Só que hoje não vai dar para escrever sobre isso, porque meu querido sobrinho tá praticamente sentando em cima de mim pra ficar no computador, então vou ficar devendo. Mas só por enquanto.

Então, continuo na luta, correndo de lá pra cá e tentando estudar para a monografia nos raros momentos que tenho vagos. E isso é péssimo, porque como o momento de estudar é AQUELE rola uma pressão e eu mal consigo me concentrar. Sério, é muito, muito péssimo. Sem falar na dificuldade imensa que tenho de escrever "cientificamente", pois me dediquei pouco ou nada à pesquisa no decorrer da graduação. Sempre pensava que isso ia me prejudicar, mas faltou tempo e grana (a Faculdade é particular, e como já tenho bolsa integral, não pude concorrer a uma ajuda de custo ou coisa parecida) para me dedicar à parte de produção acadêmica. Então fiz o máximo de cursos, participei de encontros o máximo que pude e aproveitei diversas oportunidades de estágio. E meu currículo até que não é ruinzinho não. Só que para escrever o Trabalho de Conclusão de Curso agora eu to me f*&¨%$# sem tesão. Leio as coisas que a professora passou, me preocupando em fichá-las, ou seja, interrompendo para anotar. Ou então vou lendo direto, curtindo e tentando me preocupar no que o autor está dizendo. E quando termino percebo que pouca coisa ficou na memória. Tá complicado. Em comunicação eu poderia escolher um outro trabalho como TCC, tipo uma vídeo reportagem, mas sinto que ficaria devendo à sociedade um trabalho acadêmico sobre relações de gênero e padrões impostos. Não que essa seja a única forma de conhecimento válida, mas acho importante ter coisas sistematizadas para contribuir com pesquisas futuras. Pesquisas melhores que a minha, provavelmente. Além disso, conseguir horários no estúdio de TV da Faculdade é um verdadeiro inferno. Nas disciplinas em que precisamos dele teve gente que até contratou serviço particular de edição por causa disso. Enfim, quero muito produzir uma pesquisa, nem que seja só a que preciso para me graduar. Então não vou desistir. Mas que ta difícil, ah isso tá.

Quanto ao estagio que eu ia ficar só um mês... Bem, como a primeira semana foi tudo-de-bom com um acompanhamento super-perfeito, resolvi aceitar ficar os 3 meses que o chefe de reportagem me convidou para ficar. Como vou passar por três fases do telejornalismo (produção, edição e reportagem de rua), um mês apenas significaria poucos dias em cada uma delas. E como o acompanhamento tá sendo muito bom, porque o meu supervisor tá realmente muuuito a fim de me ensinar as coisas, vai valer a pena fazer esse sacrifício. Serão três meses corridos, mas acho que vai me ajudar muito a adquirir experiência para-o-mercado-de-trabalho-me-abrir-portas. E aí a Sheryda não vai mais poder nem se coçar direito.

E oficialmente eu desisti do curso de inglês pelo menos por este semestre, e provavelmente vou ter que fazer o mesmo com o balé. Isso significa um ano parada, pois não pude ir no semestre passado também. Também estou completamente por fora do movimento feminista, não sei de nada que tá rolando. Pois é, e tudo pela ciência. E pelo diploma.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sher tá cansada, mas tá correndo atrás

Sério, ainda são 15h e eu estou completamente moída! É que hoje comecei um novo estágio :) pela manhã. Se trata do estágio supervisionado numa TV daqui de Fortaleza. Tô muito feliz porque apesar de ser só um mês, acho que vai dar para aprender bastante. E é massa porque é numa coisa que eu realmente adoro:telejornalismo. Não que não esteja aprendendo no meu estágio em assessoria, mas entrei na Faculdade sonhando mesmo é com o ritmo de trabalho de produção de notícias. E em 2006 passei um tempo no estúdio de TV da Faculdade e gostei muito de tudo. Principalmente de ter uma equipe comigo, a de técnicos. Eu só não gostava mesmo era de ter que me maquiar sempre e viver preocupada em fazer escova ou chapinha. Mó chatice.

O pessoal desse novo estágio parece muito legal, competente e bem-humorado. Espero aprender bastante. Por exemplo: as pessoas estão super-hiper-mega informadas! Claro que eu sei que jornalista tem que ser assim mesmo, mas eles são demais! Sabem os nomes de todas as fontes, as siglas e dados, tudo de cabeça! Quer dizer, uma coisa é você saber que teve aumento de alguma coisa na economia, e outra é saber a porcentagem, com quem falar e o número do telefone! Já vi que vou ter comer muito arroz com feijão...
Só que tem algumas desvantagens: É num lugar super longe/contramão de qualquer uma das minhas duas casas (a da minha mãe e do meu namorado) e eu tenho que estar lá às 8h. Ou seja, mesmo madrugando, que é uma das coisas que eu não sei fazer muito bem, encarar o Grande Circular 1 no terminal da Messejana (quem mora em Fortaleza deve saber do que estou falando) e conseguir chegar no terminal do Papicu para pegar outro ônibus demora meio assim, por cima, uma hora e meia. E bote mais um tempinho para chegar o ônibus que me leva até a TV, aí temos 2h. E lá vai a Sheryda ter que sair de casa quando tá-escuro-e-ninguém-te-ouve...

Próxima desvantagem: Estágio curricular não é remunerado então vou ter que gastar com transporte e almoço e tirar do meu magro orçamento mesmo. E como lá é super longe do meu segundo estágio, que é longe da Faculdade (para onde vou à noite) com certeza vou gastar bastante com transporte. E entre um estágio e outro não dá tempo de almoçar, então vou viver de açaí com sanduíche em agosto e setembro. Ou seja, meus magros e escassos 50kg vão sumir! Principalmente se eu tiver que andar tanto quanto já andei hoje, pelo menos umas seis enooormes quadras. Tudo para não ter que passar pelo terminal, porque não daria tempo.

E depois é arrumar tempo e ânimo para a monografia. Pelamor-de-deus(com todo respeito ao meu ateísmo), alguém me explica a semiótica. Na monografia que tô lendo, tava adorando o capítulo sobre a história da moda, das revistas femininas e claro, da luta das mulheres, mas quando chegou a parte de semiótica eu só bocejava. Muito cansativo e sacal. Acho que vou pular essa parte chata e ir direto para as figuras. Vamos ver o que minha orientadora acha dessa minha metodologia.

E por último, acho que vai rolar do meu computador voltar a funcionar esta semana. Aêêê!! Espero conseguir ficar acordada para usá-lo...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação + Sher não quer ser boi (ou melhor, vaca)

Imagem tirada do blog do Encontro

Nem vou me desculpar pela desatualização dessa vez (rs). Mas vou me justificar. Durante toda a semana passada participei do 30º Enecom (Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação) e gostei muito. Bem, confesso que não gostei taanto como achei que gostaria, mas ainda assim foi muito bom. Dentre as melhores coisas posso destacar a visita a uma comunidade quilombola meio-perto-meio-longe de Fortaleza e ter assistido Transamérica (de novo) e Stonewall com debate em seguida. Se bem que o que era para ser “gênero e identidade sexual na mídia”, virou direitos “LGBTT e luta feminista” (e eu tive um pouco de culpa nisso). Dentre as atividades, não posso deixar de comentar o quanto as festas foram massa. Ótimo rever pessoas queridas e curtir música boa (tirando um dia lá que tinham uns CD’s meio sinistros rolando).

Agora assim, uma coisa muuuito chata que aconteceu por lá foi pessoas ligadas ao Sindjorce (Sindicato dos Jornalistas do Ceará) terem aparecido de última hora no dia em que os estudantes estavam se preparando para um ato pró-Conferência de Comunicação. O Sindicato queria "aproveitar" (essa foi a palavra usada) para incluir na pauta do ato a luta pela obrigatoriedade do diploma, sendo que isso não era consenso entre os estudantes no encontro e também não havia sido discutido. Houve muitos protestos (eu fui uma que fiquei indignada) pois um ato não pode ser realizado dessa forma. As pautas que estão colocadas numa manifestação precisam ser construídas coletivamente com o grupo envolvido, para que as pessoas não saiam por aí levantando bandeiras que desconhecem, para que elas não sejam manipuladas nem levadas feito boi.

Eu mesma não fui à manifestação não só por ainda não ter opinião formada sobre o diploma, mas também porque achei muito feia a intervenção do Sindicato. Desrespeitosa mesmo. Parece que alguém pensou “olha lá um bando de estudantes se reunindo para uma passeata! A gente dá um monte de camisas, faixas e cartazes para eles e pronto!” Eu sabia que minha imagem poderia ser usada inclusive para legitimar uma luta da qual não participo.

E a cereja do bolo nessa história foi a matéria que saiu no site do sindicato falando sobre o ato. Uma matéria muito esquisita, que manipula e maqueia (ou maquia?) informações. Desmerece a pauta inicial que havia sido construída, não informa que a posição da Enecos (Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação) não defende a obrigatoriedade e que a mesma pediu que o Sindicato retirasse a proposta de pauta no ato. Além disso, também dá a entender que uma grande maioria dos encontristas aderiu à manifestação-dentro-da-manifestação. Quando eles dizem “Dezenas de estudantes de Jornalismo de todo o Brasil” escondem que A GRANDE MAIORIA DOS ENCONTRISTAS REPUDIOU A ATITUDE DO SINDICATO. Ou seja, quantas dezenas em meio a 300 pessoas representam grande apoio? Esse recurso de deixar números meio abstratos pode servir para dar impressões erradas numa notícia e isso é antiético (aprendi isso na faculdade, viu?). Soube que estudantes do país inteiro estão muito revoltados com o que houve o que não é pra menos.

Tensão pré formatura + tensões outras

Inicio este semestre cheia de medos e inseguranças. Terminei o curso de web segunda-feira, mas ainda tenho que estudar muito para dominar os programas para valer. E não tenho tempo nem lugar para isso, já que meu computador não liga e o do namoradim é super requisitado na casa dele. E também preciso de computador para trabalhar na minha monografia (imagine minha cara de pânico e desolação enquanto escrevo isso), sendo que eu ainda nem consegui fechar um tema pra valer, não tenho certeza se a pessoa que eu queria vai me orientar e sinto que sou uma figura ínfima que não representa nenhuma contribuição ao mundo acadêmico.

E somando ao medo de não conseguir terminar o trabalho de conclusão de curso, ainda tem o fato de a pessoa estar apavorada por estar terminando a faculdade. Quer dizer, depois que a gente se forma, o que acontece? Fiz estágios e cursos suficientes? Estou mesmo preparada? Terei emprego? Devo trancar tudo e adiar a formatura? Devo tentar vestibular de novo, fazer outro curso ou estudar jornalismo mais uma vez para revisar as coisas que tenho a sensação de não ter aprendido? O que é mestrado? O que é pós-graduação? (medo medo medo) Tento também não me torturar tanto pois sei que me esforcei bastante durante o curso, mas a sensação de pânico não me larga. Será que é assim com todo mundo?

E a última agonia-impaciência tem a ver com planos que estão impossibilitados no momento por conta de dinheiro. Mas nem posso comentar muito do que se trata porque é segredo. Quem souber do que se trata... Bem, aceitamos doações! :)

domingo, 28 de junho de 2009

Parabéns para mim!!

Então, hoje eu completo 23 aninhos!! Passei o inteiro no trampo (meu estágio é na ong que organiza a Parada pela Diversidade Sexual em Fortaleza). Nunca tinha participado de um evento grande como assessora de imprensa e gostei muito da experiência. Vários colegas jornalistas foram muito profissionais, respeitadores e simpáticos. E isso foi ótimo. Em compensação, pude vivenciar algumas desagradáveis lendas. Gente do movimento social que dá chilique pensando que é a última coca no deserto, pessoa metida a estrela(pois é, como assim, né). E gente que nem é de movimento, mas deve ser alguma coisa para querer ser super estrela também. Sei não, a galera é doida para ser VIP e acaba tirando e desrespeitando completamente o sentido político da Parada e as pessoas que trabalham nela. Pensa que trio é camarote de carnaval fora de época e usa credencial como exibível para amiguinhos. Povo besta e mal educado querendo dar close. Uó.

Mas também foi massa ganhar parabéns das queridas feministas na avenida Beira Mar. Lindonas!!
E no fim do dia, ler os recadinhos de parabéns dos amigos no orkut (teve um que fez muita falta), tomar banho com o namoradim e curtir o presente que ele me deu: A terceira temporada completa e original do Gilmore Girls!!!! Massa!! Não aguentava mais assistir a 1ª e a 2ª!! Brigadão, amor querido!

Sabe o que mais se comemora no dia 28 de junho (além do meu nascimento, claro)?
Dia Internacional da Diversidade Sexual. Adoooro!!

Aniversário do Raul Seixas.

Dia do Papa! Como assim? rs

quinta-feira, 25 de junho de 2009

SherDesaparecida, o diploma caiu!

Pô gente, desculpa aí. Eu tô muito desaparecida e o pior é que meus últimos post foram muito depressivos. Este blog não tem fins melodramáticos, quero esclarecer, mas é porque as coisas realmente estão muito doidas e corridas. Quer dizer, agora está melhorando, já que as notas (meia-boca) da Faculdade estão saindo então estou quase de férias.

E falando em notas, a Sheryda definitivamente não é mais nerd. E pensar que nos primeiros semestres da Faculdade se eu tirasse uma nota abaixo de 8 entrava em profunda tristeza. Se tirava nota abaixo da média então, tudo era dor e lágrimas. Hoje em dia, em meio a estágio, cursos, Faculdade e movimento social (onde eu menos atuo, infelizmente), não tenho mais ânimo para pedir chance e trabalho extra para melhorar minha nota. Quero mais é me livrar das coisas. Isso não quer dizer que eu não estude, viu? Sempre tento aproveitar o máximo que consigo das aulas na faculdade e costumo estudar para provas e me esforçar para fazer bons trabalhos. Mas às vezes falta de tempo e cansaço fazem a gente simplesmente não conseguir ler todos os textos ou não conseguir se encontrar com os colegas para fazer seminários do jeito que é pra ser.
Tá bem, mas eu disse que o post não tem fins melodramáticos então vou contar uma boa novidade: estou fazendo um curso de webdesigner! ÊêÊêê! Ele também está sendo meio empurrado com a barriga, por causa das coisas do estágio que estão a mil nos últimos dias, então tive umas faltas. E meu computador também não tá ligando então eu não tive onde treinar... Eita, já tô reclamando de novo! Aff! Não mas eu sei que as coisas vão melhorar em relação a tempo, então vou poder estudar a tal da HTML, e aí vou poder elaborar uns sites legais, inclusive talvez até contribuir com as coisas do feminismo e arranjar uns bicos. Esses são os maiores objetivos.

A queda da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo (notícia velha já, eu sei)

Se sou contra ou a favor? Bem, não tenho opinião completamente formada, mas como estudante de Jornalismo é claro que estou apreensiva. Quer dizer, se eu já estava com medo pensando se existe vida depois da formatura, com isso então... Mas também penso nas disciplinas que eu acho fundamentais no exercício da profissão, que me abriram para coisas que antes eu nunca tinha parado para pensar como no poder dos veículos, a utopia da imparcialidade, e um monte de outras coisas. Não acredito que para fazer um bom jornalismo basta um curso técnico, pois nosso trabalho não se resume a falar em microfone ou escrever bem, como muitos acreditam. Quer dizer, na Faculdade eu estudei Psicologia, sociologia, filosofia, teorias da comunicação I e II, Cultura brasileira e regional, Semiótica, Ética e Legislação, Política, Economia, e mais um monte de outras coisas importantes. Acho que não pra estudar essas coisas pra valer num curso técnico.
Até chegar nas chamadas "cadeiras práticas" como telejornalismo e rádio foi mais da metade do curso, e até lá várias pessoas desistiram do quando perceberam que assistir novela nem sempre é só assistir novela. Lembro que a gente já estava até impaciente de tanta teoria. Infelizmente a FIC retrocedeu e construiu uma grade de disciplinas (a minha é a de 2006.1) onde mais da metade dessas citadas foi excluída, tornando o curso muito mais em nível técnico. Mas não é porque as Instituições particulares fazem isso que o diploma não é importante, aí o problema é a quem a Faculdade quer servir, se à sociedade ou ao mercado.
Quanto a questão da democracia, é aí que eu fico meio com o pé atrás. Realmente deve ter algum ponto em que a obrigatoriedade do diploma fere a democracia. Jornal comunitário, por exemplo, pra mim não tinha nada que precisar de jornalista responsável. Em compensação, tem uma ruma de empresas grandes de comunicação que entopem as redações de estagiários para não contratar jornalista e não pagar o piso salarial. E como quem manda e desmanda é o patrão, se o nível crítico da criatura não for bom aí que a sociedade está lascada. "Mas para ter senso crítico precisa ter diploma?" Acho que não, mas o curso de jornalismo foi fundamental para apurar o meu. E apurá-lo de forma a ser dirigido à comunicação, compreender como se dão vários processos nas redações e na apuração da notícia.
Para finalizar, dá uma olhadinha na mensagem que a minha irmã mandou quando saiu a notícia: "Irmã, teu diploma foi rebaixado, tu viu? Bora fazer cursinho na UECE mais eu?"
Mas não é um doce, a criatura?





Ah, e o Michael Jackson morreu, viu gente? Quando soube, fiquei boquiaberta e disse: vaaaalha...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Dinheiro, dinheiro...

Por que diabos tudo que a gente vai fazer envolve dinheiro? Que saco! Sistema nojento! E quanto mais a gente tem que ter dinheiro, parece que menos eu tenho! E quanto mais eu digo que ODEIO o sistema capitalista, MAIS EU ODEIO O SISTEMA CAPITALISTA!

É, ainda tô daquele jeito.

Mas aliviando um pouco...
  • Finalmente terminei de escrever/diagramar o informativo do meu estágio (alívio)!
  • Assistimos "Che" há alguns dias. Tá muito bom! Apesar de ter umas partes que eu não entendi, por não conhecer tão bem a história del comandante, é de uma qualidade altíssima. Benicio Del Toro tá arrasando, e tem também a presença do Rodrigo Santoro. Porque só há comentários de aparições dele em "As Panteras"?
  • Potô (namoradim) comprou uma revista da Turma da Mônica Jovem pra gente! (eu sei que é capitalismo, mas a gente tem que ter diversão). Compramos uma esta semana e adoramos! As histórias são super divertidas, os desenhos estão lindinhos e a essência da Turminha da Mônica não se perdeu. Queremos colecionar! E aesar de ser carinha (6,90), o tamanho da revista compensa e a quantidade de páginas também. Nem precisa ser colorida!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Sherviajando... de avião!

Post-imagem-manuscrito que fiz no hotel lá em São Paulo, no primeiro dia do Seminário Mulher e Mídia. Só estou postando agora porque tinha perdido o arquivo do scanner, mas o encontrei ontem. Infelizmente ficou muito pequeno, não sei porquê, mas espero que dê para ler. Outra opção é salvar a imagem e depois ver com zoom.






terça-feira, 24 de março de 2009

Cerveja não vem com mulher

Seminário reúne movimentos feministas em São Paulo para discutir a imagem da mulher na mídia

Este mês passei 4 dias em São Paulo (que cidade enorme!) para participar do Seminário pelo Controle Social da Imagem da Mulher na Mídia. O evento foi realizado para promover debates e discutir formas de combater a banalização e mercantilização da imagem da mulher, constantemente estereotipada pelos grandes veículos de Comunicação do Brasil, seja através de propagandas, novelas ou mesmo pelo jornalismo, quando ignora ou criminaliza as ações dos movimentos sociais (em especial dos movimentos feministas) e constantemente fecha os olhos para pautas e reinvidicações importantes, como a da legalização do aborto.

Durante o Seminário, os movimentos de mulheres mostraram que não aceitam que a mulher seja colocada como um “anexo” de produtos. Constantemente os comerciais de cerveja e de carro, por exemplo, induzem à idéia de que a mulher é também um produto a ser consumido, papel reproduzido em programas turísticos, vendendo no exterior a imagem de brasileiras jovens, saradas, bronzeadas, eternamente de biquíni e loucas para transar com qualquer gringo que esteja a fim.

Citando Lola, do Escreva Lola Escreva, homens só aparecem de cueca para vender cueca.Mulher aparece seminua para vender qualquer coisa. Em comercial de carro, lá está o homem bem sucedido e uma mulher jovem, mostrando que aquele homem de sucesso pode ter um carro e uma bela mulher. Comercial de cerveja, então, é clááássico. Uma bela mulher photoshopada toda empinadinha com uma bela garrafa de cerveja nas mãos. Sem falar nas mensagens machistas dos comerciais que passam na TV, onde a Skol é campeã em perder a chance de ficar calada. Homem-legal-e-descolado-curte-futebol-com-os-amigos-enquanto-mulher-chata-e-careta-reclama-e-serve-cerveja.

Além de construir as discussões e pensar formas para que cada movimento leve debates a seus respectivos estados, o seminário também pontuou reinvidicações a serem levadas à Conferência Nacional de Comunicação, que está prevista para acontecer ainda em 2009. Durante a Conferência, vários assuntos importantes serão discutidos, como por exemplo, as concessões públicas de rádio e TV, que no Brasil são tratadas de forma leviana. Aliás, todas as colocações do Seminário foram importantíssimas, e se realmente a sociedade conseguir conquista-las, será a revolução! E eu quero estar viva para ver! E toda a sociedade tem que ficar muito atenta, porque não é de interesse das grandes mídias divulgar a importância dessa conferência. Por isso, comece a procurar o que é concessão pública, Estado laico, quanto-tempo-já-dura-a-concessão-da-Globo e por aí vai.